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sexta-feira, 31 de julho de 2015

A Solidão e a Internet



A onipresença do universo on-line pode ter consequências muito negativas, revelam estudos científicos. Casos em que a internet é o principal meio de contato com o mundo são cada vez mais comuns. Mas, afinal, quem são os dependentes da rede e o que os leva experimentar a vida por trás das telas? Uma das análises mais recentes sobre o assunto, revela que os usuários adultos compulsivos costumam se descrever como “ansiosos” e “pessoas que se chateiam facilmente”.

O trabalho no Reino Unido, foi realizado com 516 homens e mulheres, de idades entre 18 e 65 anos. Precisamente 63,4% dos entrevistados demonstraram usar a internet compulsivamente, com a tendência sendo observada mais nas mulheres. Elas afirmaram que recorrem mais à rede para controlar mudanças de humor e se mostraram especialmente vulneráveis ao exagero quando estão desempregadas e têm entre 45 e 55 anos. Casos em que a internet é o principal meio de contato com o mundo são cada vez mais comuns.
“As mulheres registraram mais comportamentos compulsivos por estarem sem trabalhar e solteiras, o que indica que elas estavam sem muitos recursos para sair e socializar. Na internet, esses usuários encontram excitação em conhecer pessoas de diversos fusos horários. A faixa etária de 40 a 49 anos é a que tem a maior frequência de divórcios. Assim, as redes sociais on-line podem parecer uma boa opção nesse período de transição.

Isolamento

A solidão parece um ingrediente fundamental na relação pouco saudável com o universo virtual demonstram um círculo vicioso preocupante entre a solidão e a dependência de internet. “Outros estudos descobriram que 8% de estudantes de graduação nos Estados Unidos estavam envolvidos em uso patológico da internet e experimentavam um maior grau de solidão.O isolamento é a causa e o efeito da dependência exagerada.

Pessoas com transtornos psicopatológicos, como depressão, solidão, ansiedade social e dependência de substâncias, seriam propensas a manter comportamentos inadequados diante da web.
Elas preferem as interações mediadas por computador em vez da comunicação face a face, pois o anonimato e a ausência de comunicação não verbal fazem o contato parecer menos ameaçador.
O uso patológico da rede é uma má adaptação do comportamento com o objetivo de reduzir sentimentos negativos, tais como a solidão, a depressão e a ansiedade social. Portanto, o vício em internet seria um resultado e não a causa de outros problemas psicológicos, a interação on-line, contudo, aumenta o vício. É um círculo vicioso. A internet aproxima as pessoas que estão longe, mas nos afasta daquelas que estão perto.

Há três tipos de dependência à internet, sendo o primeiro caracterizado pelo simples fato de a pessoa passar muito tempo navegando. O segundo é o caso do paciente que já é frágil e acaba desenvolvendo algum transtorno psiquiátrico em decorrência do empobrecimento da vida social. Já o terceiro caso é o daquela pessoa que sofre com a síndrome do pânico ou agorafobia e não consegue sair de casa. Esse e o segundo caso podem necessitar de medicação para o tratamento. Já o primeiro deve ser tratado com psicoterapia.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Adultização da Infância



O uso de desodorantes, maquiagem e perfumes por crianças voltou a ser tema de polêmica após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) abrir consulta pública para definir regras para a venda dos produtos.
Pais e especialistas se dividem sobre a medida. De um lado, a consulta vai permitir a definição de regras claras e específicas para o público infantil, como fórmulas de produtos ou explicações de rótulos para evitar acidentes.
De outro, pode incentivar ainda mais os pequenos a usar produtos de adultos.
No meio dessa polêmica estão os fabricantes que estão de olho no mercado.
A maquiagem precoce pode trazer alergias. Outro perigo: maquiagem de bonecas não podem ser usadas por crianças.Quanto mais tarde começar a usar, melhor.
A maquiagem tem conotação de sedução, portanto, estaríamos sexualizando precocemente a criança.
Pipocam no comércio artigos à venda para o público infantil que até então somente os adultos consumiam, tais como: sapatos de salto alto, maquiagem, escova progressiva nos cabelos, esmaltes, vale-silicone e até mesmo sutiãs com enchimento.
Vestir uma criança e produzi-la como adulto é deslocá-la da fase em que ela deveria estar e jogá-la no universo adulto. Munir uma criança de sexualidade é dar-lhe uma arma carregada que ela não saberá usar, até porque passa longe da criança o sentido erótico por trás do que ela veste ou usa. Sua maturidade psicológica certamente não acompanhará seu comportamento e sua aparência adultizados. Tal fato pode causar transtornos ansiosos e pânico, que podem culminar em depressão. Ou, então, podem repercutir na adolescência, através de comportamentos agressivos e antissociais, ou o contrário, gerando adolescentes inseguros e  infantilizados, podendo culminar no  uso de drogas. Pulando “fases”, a criança não amadurece psiquicamente o suficiente para lidar com as transformações  que virão até alcançar a fase adulta.
- Quem são os responsáveis:
  • As mídias, de modo geral. Em se tratando de poder, as mídias são, atualmente, fortes instrumentos de influência e manipulação na educação, e de construção desses novos seres “adultizados”. No Brasil, as músicas que as crianças cantam não são mais tão infantis. As maquiagens, roupas e calçados copiam o adulto como se os gostos fossem os mesmos. As danças sensuais e canções com palavras obscenas já fazem parte do repertório preferido dos pequenos. Meninas usam roupas e objetos que estimulam a sexualidade precoce, assistem aos mesmos programas de televisão e falam a mesma linguagem dos adultos. Garotinhas usam salto alto e meninos de apenas cinco anos de idade já querem se vestir como adultos e não aceitam usar roupas que possuam qualquer desenho infantil que os faça parecer crianças;
  • Interesse econômico. O fato inegável é que há um interesse econômico por trás dessa realidade. Uma intenção que possui um objetivo: educar as crianças a serem consumidores em potencial. Educar para o consumo e para a submissão de ideias. Produzir consumidores mirins que satisfarão cada vez mais os desejos desse sistema que insiste em condicionar o verdadeiro sentido da infância ao status, ao dinheiro e à mecanização. As crianças estão sendo pressionadas a crescerem depressa, quando na verdade deveriam respeitar seu processo de desenvolvimento, pois não pensam, não sentem, nem aprendem como os adultos. Elas precisam de tempo para crescer e pressioná-las a viver como adultas só produzirá seres com dificuldades, inseguranças e conflitos no futuro;
  •  
  • A internet, os jogos online e os eletrônicos. Os jogos infantis também mudaram. Isso é uma realidade. A diversão agora são os jogos e filmes repletos de violência. A tecnologia deveria ser utilizada a favor da infância, com produções que valorizassem e respeitassem o conceito do infantil. Os brinquedos já vêm prontos. Tudo é industrializado, só é preciso manusear. Campeonatos infantis são uma atração, já que as crianças devem apresentar  ótimos resultados de placar. E quanto à alimentação não há mais distinção entre o lanche do adulto e o da criança, todos devem saborear os deliciosos "hambúrgueres" em qualquer tempo. Sem falar da literatura infantil, que também está mudando. Até as ruas, que antigamente eram lugar de socialização, hoje refletem a falta de relacionamento e interação entre pessoas;
  • ​Ambiente familiar.​ As famílias devem saber oferecer às crianças as “molduras” necessárias à sua proteção contra essa massificação. Mas, ao contrário, os pais estão imputando às crianças decisões que deveriam ser de adultos. Isso está acontecendo muitas vezes por um despreparo das famílias para lidar com essa nova realidade. Os “limites” foram afrouxados e as crianças hoje, em grande parte, são quem ditam as regras em casa. Na minha opinião, as regras e os valores sociais estão em crise na sociedade moderna.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Alienação Parental



A chamada Síndrome de Alienação Parental é um termo cunhado por Richard Gardner no início de 1980 para se referir ao que ele descreve como um distúrbio no qual uma criança, numa base contínua, cria um sentimento de repúdio a um dos pais sem qualquer justificativa, devido a uma combinação de fatores, incluindo a doutrinação pelo outro progenitor (quase exclusivamente como parte de uma disputa da custódia da criança) e as tentativas da própria criança denegrir um dos pais.
 A Síndrome de Alienação Parental  é, o estranhamento de uma criança por um dos pais - é reconhecido como uma dinâmica em algumas famílias durante o divórcio.
Síndrome de alienação parental foi um termo cunhado pelo psiquiatra infantil Richard A. Gardner, que tomou como base suas experiências clínicas desde o início de 1980. O conceito de um dos pais tentar separar a criança do outro progenitor como um castigo por um divórcio tem sido descrito pelo menos desde a década de 1940.
 Em 1985, ele definiu a SAP como "... um distúrbio que surge principalmente no contexto de disputas de custódia da criança. Sua manifestação primária é a campanha do filho para denegrir progenitor, uma campanha sem justificativa. A desordem resultada da combinação da doutrinação pelo progenitor alienante e da própria contribuição da criança para o aviltamento do progenitor alienado", afirmando também que a doutrinação pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante. A AP foi originalmente desenvolvida como uma explicação para o aumento do número de relatos de abuso infantil nos anos 1980.
De acordo com Gardner, a síndrome é caracterizada por um conjunto de oito sintomas que aparecem na criança. Estes incluem:
  • Campanha de difamação e ódio contra o pai/mãe-alvo;
  • Racionalizações fracas, absurdas ou frívolas para justificar esta depreciação e ódio;
  • Falta da ambivalência usual sobre o mãe/pai-alvo;
  • Afirmações fortes de que a decisão de rejeitar o pai/mãe é só dela (fenômeno "pensador independente");
  • Apoio ao pai favorecido no conflito;
  • Falta de culpa quanto ao tratamento dado ao genitor alienado;
  • Uso de situações e frases emprestadas do pai alienante; e
  • Difamação não apenas do mãe/pai, mas direcionada também para à família e aos amigos do mesmo.
A SAP já foi citada em divórcios altamente conflituosos e em casos de disputa de custódia de crianças, particularmente como defesa contra acusações de violência doméstica e abuso sexual.
Nos tribunais:
Brasil
No Brasil desde Agosto de 2010 a Lei 12.318/2010, conceitua e reconhece a ALIENAÇÃO PARENTAL (AP) e a SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL (SAP), inserindo-as no direito brasileiro e inclusive prevendo punições para seus praticantes. A iniciativa da lei, aprovada por unanimidade pelas comissões do congresso pelas quais tramitou, teve origem na organização político-social de centenas de genitores (pais / mães). Segundo o art 2ª Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
Canadá:
Inicialmente, alguns casos canadenses aceitaram opiniões de peritos sobre a SAP, usando o termo "síndrome" e concordando com a teoria de Gardner de que somente um dos pais era inteiramente responsável pela SAP.
Estados Unidos da América:
A SAP já foi citada nos EUA como parte do processo de determinação de custódia. Baseadas da avaliação de SAP, côrtes norte-americanas determinaram a guarda total a alguns pais.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

ALZHEIMER



No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Seis por cento delas sofrem do Mal de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade. De início, o paciente começa a perder sua memória mais recente. Pode até lembrar com precisão acontecimentos de anos atrás, mas esquecer que acabou de realizar uma refeição.
Com a evolução do quadro, o alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa e afeta a capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem.
  Um dos grandes problemas causados pela doença de Alzheimer é a redução da capacidade de discernimento, isto é, o doente não consegue entender a consequência dos seus atos, não manifesta a sua vontade, não desenvolve raciocínio lógico por causa dos lapsos de memória e perde a capacidade de comunicação, impossibilitando que as pessoas o compreendam. Por isso, a lei o considera civilmente incapaz.
  Não se conhece a causa específica da doença de Alzheimer. Parece haver certa predisposição genética para seu aparecimento. Nesses casos, ela pode desenvolver-se precocemente, por volta dos 50 anos.
  Pesquisadores levantam a hipótese de que algum vírus e a deficiência de certas enzimas e proteínas estejam envolvidos na etiologia da doença. Outros especulam que a exposição ao alumínio e seu depósito no cérebro possam contribuir para a instalação do quadro, mas não foi estabelecida nenhuma relação segura de causa e efeito a respeito disso.
Sintomas:
  Estágio I (forma inicial) – alterações na memória, personalidade e habilidades espaciais e visuais;
  * Estágio II (forma moderada) – dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos; agitação e insônia;
  * Estágio III ( forma grave) – resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer, deficiência motora progressiva;
  * Estágio IV (terminal) – restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição, infecções intercorrentes.
Não há um teste diagnóstico definitivo para a doença de Alzheimer. A doença só pode ser realmente diagnosticada na autopsia.
Até o momento, a doença permanece sem cura. O objetivo do tratamento é minorar os sintomas.
Recomendações:
  Fazer o portador de Alzheimer usar uma pulseira, colar ou outro adereço qualquer com dados de identificação (nome, endereço, telefone, etc.) e as palavras “Memória Prejudicada”, porque um dos primeiros sintomas é o paciente perder a noção do lugar onde se encontra;
  * Estabelecer uma rotina diária e ajudar o doente a cumpri-la. Espalhar lembretes pela casa (apague a luz, feche a torneira, desligue a TV, etc.) pode ajudá-lo bastante;
  Simplificar a rotina do dia-a-dia de tal maneira que o paciente possa continuar envolvido com ela;
  * Encorajar a pessoa a vestir-se, comer, ir ao banheiro, tomar banho por sua própria conta. Quando não consegue mais tomar banho sozinha, por exemplo, pode ainda atender a orientações simples como: “Tire os sapatos. Tire a camisa, as calças. Agora entre no chuveiro”;
  Limitar suas opções de escolha. Em vez de oferecer vários sabores de sorvete, ofereça apenas dois tipos;
  * Certificar-se de que o doente está recebendo uma dieta balanceada e praticando atividades físicas de acordo com suas possibilidades;
  Eliminar o álcool e o cigarro, pois agravam o desgaste mental;
  * Estimular o convívio familiar e social do doente;
  Reorganizar a casa afastando objetos e situações que possam representar perigo. Tenha o mesmo cuidado com o paciente de Alzheimer que você tem com crianças;