O Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da Universidade de Brasília publicou o estudo Monitoramento de propaganda de alimentos visando à prática d alimentação saudável.
Depois de analisarem os comerciais veiculados em mais de 4 mil horas de propaganda, concluíram que as propagandas de produtos ricos em gordura, açúcar e sal são mais comuns, assim como de alimentos claramente relacionados ao aumento de sobrepeso e obesidade.
Os pesquisadores gravaram 4.160 horas de programação de quatro canais de TV, sendo dois abertos (Globo e SBT) e dois por assinatura voltados especificamente para o público infantil (Cartoon Network e Discovery Kids).
Foram escolhidos quatro dias úteis e um final de semana, sempre entre as 6h30 e as 22h30.
O estudo constatou que dois terços das propagandas de alimentos veiculadas pelas TVs tinham como público-alvo crianças e adolescentes. E 54% dos comerciais foram ao ar entre 10h30 e 18h30, período em que, comprovadamente, há um grande público infantil diante das TVs.
As análises mostraram que, entre todas as propagandas de alimentos, 18,4% são de fastfood.
Para os pesquisadores, essa massificação da publicidade de alimentos que atraem o público infantil pretende fidelizar precocemente pequenos consumidores.
Do total, na média das quatro emissoras, 19% do tempo foram destinados à publicidade e, destes, 17,6%, à propaganda de alimentos ou de eventos patrocinados por alimentos.
Entre os canais, porém, houve uma variação enorme de comerciais de alimentos.
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) determina que as peças publicitárias dirigidas ao público jovem não devem:
* Associar crianças e adolescentes a situações ilegais, perigosas ou socialmente condenáveis;
* Provocar situações de constrangimento ou de medo com o propósito de impingir o consumo;
* Empregar crianças e adolescentes como modelos recomendando ou sugerindo o consumo(Ex: "Faça como eu use...");
*Provocar discriminação, em particular dos que, por algum motivo, não sejam consumidores do produto;
*Utilizar formato jornalístico;
*Apregoar como se fossem só suas características comuns a produtos equivalentes.
Devem sempre:
*Respeitar a dignidade, ingenuidade, credulidade, inexperiência e sentimento de lealdade do público-alvo;
*Dar atenção às características psicológicas do público-alvo e seu discernimento limitado;
*Evitar eventuais distorções psicológicas nos modelos publicitários e no público-alvo.
Anúncios de alimentos, refrigerantes, sucos e outros não devem:
*encorajar consumo excessivo;
*Menosprezar a importância da alimentação saudável;
*Apresentar os produtos como substitutos das refeições;
*Empregar apelos de consumo ligados a status, êxito social e sexual, etc;
*Desmerecer o papel dos pais e educadores como orientadores de hábitos alimentares saudáveis.
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