O fanatismo é a intolerância extrema para com os diferentes.
Caracteriza-se como estado psicológico de fevor excessivo irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza reliosa, política ou esportiva ( times de futebol).
Os fanáticos possuem as seguintes caracteristicas:
- Agressividade
- Preconceitos vários
- Estreiteza mental
- Extrema credulidade quanto ao próprio sistema, e incredulidade quanto a sistemas contrários
- Ódio
- Sistema subjetivo de valores
- Intenso individualismo
Do
ponto de vista psicopatológico, todo fanatismo parece
ter relação com a fuga da realidade, pode surgir de uma estrutura psicótica.
Mas, seguindo
o raciocínio de Freud, vemos que "aquilo
que o psicótico paranoico vivencia na própria pele,
o parafrênico
experiência na pele do outro", ou seja, somos levados a supor que
o
fanatismo está mais para a parafrenia que para a paranoia.
Hitler, antes considerado um paranoico, hoje é mais
aceito enquanto parafrênico pois seus atos indicam sua idéia
fixa pela supremacia da raça ariana e a eliminação
dos "impuros"; mais ainda, o gozo psíquico
do parafrênico não se limita "ser olhado"
ou "ser perseguido", tal como acontece com paranoicos, mas sim se desenvolve "uma ação inteligente de perseguição
e extermínio de milhares de seres humanos",
donde extrai um quantum
de gozo sádico. Portanto, deve existir membros de
um grupo de fanáticos paranoicos, mas certamente o
pior fanático é o determinado pela parafrenia, pois
visa de fato destruir em atos calculados "os
impuros", "os infiéis", enfim, todos
os que não concordam com ele.
O fanatismo religioso é baseado em rejeição de qualquer outra idéia que não a de interpretação religiosa particular de quem o possui, não raro considerando-se quem diverge como inimigo, não é típica de nenhuma religião em particular.
A consequência imediata do fanatismo religioso é o sectarismo, que
encarcera a liberdade de consciência, pretendendo uma liberdade dirigida
na espera do pensamento, que torna o homem escravo de postulados que
lhe proíbem a expansão da alma pela idéia e pela razão.
Alguns sintomas do fanatismo:
1. um sujeito ou grupo estarem convictos,
quando julgam de posse de uma certeza que recusa o
teste da realidade.
2. quando alguém quer impor a todos de
modo tirânico a "verdade" única extraída
de sua inspiração ou crença absoluta.
3. quando uma pessoa passa a colocar uma causa suprema
(podendo esta ser justa ou delirante) acima da vida
dela e dos outros.
4.
quando um indivíduo e/ou grupo se isolam da convivência
familiar e social e adotam um modo de vida narcísico,quando uniformizam
seu discurso, gestos, postura, atitudes em geral e
punem os que se recusam a seguir as regras impostas.
Entrar para um grupo de fanáticos implica em renunciar:
pai, mãe, os filhos, os amigos, o lugar onde viveu,
o trabalho, enfim, os membros são persuadidos a matarem
os vestígios simbólicos da vida anterior para fazer
renascer a vida em outra base moral e de fé.
5.
quando o indivíduo e/ou grupo perdem o bom-senso na
lógica da comunicação e nas ações do cotidiano. O
discurso passa a ser repetitivo e estranho à vida
comum.
6. quando se perde o sentido de respeito
e humanidade para com os diferentes, em nome de uma
causa transcendente.
Tendo
origem no dogma religioso, o fanatismo não se restringe
a esse campo único; existe fanatismo por uma raça,
um time de futebol, por um partido político, sobretudo
por ideologias revolucionárias quando extrapolam a
dimensão racional, sentindo-se guiada pela "fantasia
da escolha divina".
Victor Frankl descrevia o fanático por dois traços essenciais:
a absorção da individualidade na ideologia coletiva e o
desprezo pela individualidade alheia.
Acredito que se o fanatismo com uma educação
de boa qualidade, que saiba promover a cultura
geral -
mais do que a fé - e o sentido de grupo,
de criatividade
e humor.
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