A solidão é um estado interno, a princípio um sentimento de que algo ou
alguém está faltando. Uma sensação de separatividade e desconexão que numa visão espiritualista é a
separação de Deus, Eu Superior, Self, Vida ou o Todo.
Atualmente, existem em algumas cidades muitas pessoas que já moram só e
que apresentam um a vida bastante independente. Não podemos dizer que
são pessoas solitárias, desde que elas se sintam em paz
com essa situação. Entretanto, o que se mostra é que o sentimento de
solidão pode estar presente em qualquer lugar ou situação. A pessoa pode
sentir solidão durante uma festa com os amigos, no trabalho e até
mesmo dentro de casa com a própria família.
A necessidade de vínculo social significativo, e a dor que
sentimos sem ele, são características definitivas da nossa espécie. A intensidade da dor do isolamento, entretanto, pode variar de pessoa para pessoa.
Cerca
de 50% da capacidade de sentir solidão é hereditária, mas isso não
significa que seja determinada pelos genes. Um percentual similar está
relacionado a fatores ambientais. O que parece ser hereditário, no
entanto, é a intensidade da dor que cada um sente ao se ver socialmente
isolado.
Estar sozinho não quer dizer
sentir-se sozinho, mas separar-se temporariamente do mundo das pessoas e
das coisas, das ocupações cotidianas, para entrar novamente na própria
interioridade e na própria imaginação – sem perder o desejo e a
nostalgia da relação com os outros: com as pessoas amadas e com as
tarefas que a vida nos confiou. Estamos isolados, ao contrário, quando
nos fechamos em nós mesmos, porque os outros nos rejeitam ou mais
frequentemente no rastro da nossa própria indiferença, de um egoísmo
tétrico que é o efeito de um coração árido ou seco.
Hoje existe a solidão interativa, onde cada vez
mais pessoas, se conectam em busca de amigos, como diz uma frase no
próprio Facebook: "Eu gosto do meu computador porque meus amigos vivem
lá", e é verdade, cada vez mais estamos solitários , marcamos encontros e
desmarcamos, sentimos preguiça de sair já que é cômodo encontrá-los em
casa mesmo, na internet.
Compartilhamos músicas, frases, posts, fotos e muito da nossa
privacidade atrás de algo fugaz. De algo, temporário e curto. Não nos
aprofundamos em nada, somos visuais e querendo que os outros entendam
tudo das entrelinhas, dos discursos rasos e da falta de assunto.Somos um add, um request, um like.
As redes sociais capturam os EU's
solitários, criando um ambiente aconchegante. Na internet, a distância
das pessoas que amamos ameniza-se graças à tecnologia. O medo de
relacionar-se, de estabelecer intimidade, minimiza-se pela facilidade de
afastar-se quando desejar, garantida pela possibilidade de desligar o
computador.
Saber
que há outras tantas pessoas na mesma condição acalenta.
A
possibilidade de ter alguém "online" para te resgatar da solidão, divertem e preenchem o tempo conforta. O direito de
participar do cotidiano daqueles que, por força das circunstâncias,
estão longe ameniza a saudade. Essas e outras motivações explicam a
atratividade das redes sociais.
Para a terceira idade, as redes sociais tem sido de grande utilidade aos que se aventuram em conhecê-la. A "descoberta" ajuda a afastar a solidão e o tédio, pondo os idosos em
contato com parentes e amigos que moram longe ou perderam o contato,
dizem especialistas.
O Facebook, que foi criado nos anos 2000 com foco nos jovens, não
dispõe de estatísticas por faixa etária, mas professores de informática
constataram que é cada vez mais comum a procura de cursos por idosos em
busca de alguém que os ensine a acessar as redes.
Por trás da tela de cristal líquido batem corações. Por trás de cada
"enter" existe uma falsa sensação de pertencer. As formas de não existir e
de se fazer presente se multiplicam. O tempo se reduz. As palavras
também. Abreviamos palavras porque não temos tempo. Somos ocupados. Nos
dedicamos ao culto egocêntrico, pela chance que
queríamos ter, e não soubemos saber.
Somos antenados, conectados, formadores de opiniões alheias e sem importância.
E somos felizes por isso?
É o preço da era digital, e só o tempo poderá dizê-lo.
2 comentários:
Olá, parabéns pela abordagem do tema nesta publicação. Muto sucesso é o que desejo, um grande abraço.
Super legal...
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