1) Intenção: sua intenção é agredir, ferir e
humilhar.
2) Causas que desencadeiam a ação de estupro:
estresse, conflitos familiares, desemprego, imaturidade, além de distúrbios
psíquicos e outros fatos que não justificam qualquer tipo de agressão. A lesão
do lóbulo frontal (que parece estar mais relacionada com idosos) pode liberar a
tara sexual, pois é ali que se localiza o comando racional que refreia o desejo
sexual. Todas as pessoas têm desejos sexuais só que o controlam o que não
acontece quando há essa lesão cerebral.
3) Desejo: seu desejo vai além de tratar a mulher
como objeto de desejo sexual, mas ela é uma coisa que lhe pertence e com a qual
ele pode fazer o que bem entender.
Abaixo segue um texto extraído do
artigo Estupro provoca reações contraditórias, de Ana Calazans,
publicado na página “Aqui Salvador” do jornal Correio da Bahia, em 3 de junho
de 2000:
Perfil psicológico do estuprador:
O velho
mito de que o estuprador é vitima de seus impulsos e incapaz de controlar sua
sexualidade não se sustenta. De acordo com a casuística jurídica, o estuprador
é, na maior parte das vezes, um cidadão bem integrado à sociedade e não é tido
como pessoa violenta. As verdades sobre as motivações do ato talvez sejam
tantas quantas sejam as sombras que habitam em cada homem, mas existem
hipóteses que ajudam a formar um perfil psicológico mais ou menos consensual.
Entre elas, a idéia de que o estuprador foi perseguido pela imagem de uma mãe dominadora,
foi abusado na infância e de que normalmente é um homem conformista e
conciliador que encontra poucas oportunidades de se impor socialmente. O
estupro seria, segundo este raciocínio, uma espécie de confirmação de um
sentimento íntimo de superioridade que não encontra vazão.
O fato de
existirem muito poucos estudos de caso sob a ótica da psicologia pode explicar
a manutenção de estereótipos. Com um trabalho único no país, o psicólogo José
Aloísio Rezende, da Secretaria de Segurança do Estado de Sergipe, se dedica há
cinco anos a desvendar os abismos inconscientes de estupradores confessos. Com
uma casuística de 33 criminosos, o método de Aloísio consiste na aplicação
inicial de uma bateria de testes para saber se eles têm inteligência normal.
O trabalho trouxe surpresas: "O nível de
inteligência da maioria é normal ou acima do normal, sempre da média para a
média superior", afirma. A convivência com estupradores fez com que
Aloísio acumulasse não só certezas, mas dúvidas. "Não dá para saber com
certeza o que leva homens a cometer este tipo de violência", avalia. Casos
que analisou, como o do rapaz de 19 anos, casado e pai de um filho, que
estuprou uma senhora de 84 anos contribuem para a sua perplexidade.
Algumas
certezas. "O estereótipo do estuprador viril é um mito, a maioria pede
para que a vítima faça felação para poder conseguir a ereção". Aloísio
compartilha da idéia de que o estupro não é um ato sexual. "O homem não
usa o pênis como um órgão de prazer, mas como veículo de poder e dominação",
sustenta, acrescentando: "Alguns não se consideram agressores, mas
agredidos". A experiência empírica do psicólogo desfaz estereótipos, como
o de que o estuprador normalmente foi alguém que foi abusado na infância.
"Isso não ocorre com a frequência esperada".
Em sua
prospecção diária, ele cataloga os mais variados motores e idiossincrasias para
a violência. Alguns homens escolhem a mulher porque tem tatuagem, outros gostam
de estuprar em frente a uma terceira pessoa, muitos se excitam com o pavor.
Outro padrão: o estuprador e a vítima quase sempre mentem por conveniência e
não demonstram sentimento de culpa. As conclusões de Aloísio casam com estudo
da criminalista israelense Sarah Ben David. De 57 casos estudados por ela,
apenas três estupradores demonstravam sentimento de culpa, eram também os
únicos que enxergavam a vítima como uma pessoa. A "personificação" da
vítima é apontada pelos psicólogos como um mecanismo de desarme da violência.
Fonte: Wikipédia
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