O silêncio faz grande falta na civilização contemporânea.
Fala-se em demasia, e, por conseguinte, fala-se do que se não deve, se não sabe, não convém, apenas pelo hábito de falar.
Na
falta de um assunto edificante, ou com indiferença para com ele,
utilizam-se de temas negativos, prejudiciais ou sórdidos, envelhecendo a
própria alma, enxovalhando o próximo e consumindo-se energias valiosas.
Há uma preocupação muito excessiva em falar, opinar, mesmo quando se desconhece a questão.
Parece de bom-tom a postura de referir-se a tudo, de tudo estar a par.
Aumenta, assim, a maledicência, confundem-se as opiniões, entorpecem-se os conteúdos morais das palavras.
Se cada pessoa falasse apenas o necessário e no momento oportuno, haveria um salutar silêncio na Terra.
Faze silêncio diante de observações pejorativas, de assuntos prejudiciais, matando, ao surgir, a informação malsã.
Quando
te tragam opiniões infelizes, reclamações, queixas que põem mal diante
de ti o ausente, seja ele quem for, não te deixes contaminar pelo morbo
da palavra insensata.
Há pessoas que se autonomeiam fiscais do próximo e não se detêm a examinar a conduta, deste modo, reprovável.
Raramente, falam bem, referem-se ao lado bom das pessoas e dos acontecimentos.
Porque
não era visível a antiga face oculta da lua, isto dava margem às mais
variadas conjecturas, sempre exageradas, fantasistas.
Todas as pessoas possuem o seu lado oculto, certamente negativo em umas, quanto admirável noutras.
A observação sob alta dose de má vontade, apenas vê o que quer e fala o de que gosta.
Não opines mal a respeito de ninguém, mesmo que o outro mereça.
Tampouco,
te deixes emaranhar pelos que falam mal do próximo. Eles terminarão por
submeter-te à opinião que lhes apraz, armando-te contra aqueles com
quem não simpatizam.
Falar bem ou mal é um hábito.
Quando as referências são acusadoras, levam a alma da vítima à morte, porém suicida-se também, aquele que sempre aponta o erro.
Usa o silêncio necessário.
Não a mudez caprichosa, vingadora. Mas a discreta atitude de quietação e respeito.
O silêncio faz bem àquele que o conserva.
Jesus calou muito mais do que falou. Os Seus silêncios sábios são o atestado mais expressivo do Seu amor pela humanidade.Pensa nEle, quando chamado a falar intensamente e imita-O.
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