Carta para a ansiedade
Sinto falta de ser livre, falta do que não fui, falta de
sonhar e de querer.
Sim, sinto falta de desejar ter algo e lutar por isso,
quero voltar a relaxar quando durmo, pois nunca dormi tanto e descansei tão
pouco.
Quero sentir de novo o gosto da comida e aquela vontade de maratonar meu
livro favorito. Cada parte de mim se submete aos seus caprichos.
Me joga mil
verdades que eu aceito sem questionar se são reais. Cada pensamento que você desperta
e automaticamente o centro das minhas atenções, nenhum dos meus impulsos me
passam despercebidos. Ora você é mãe altiva determinada, seus padrões e
ensinamentos me guiam.
Não ouso te desobedecer, não ouso NÃO ME PUNIR quando me
convence que mereço.
Mas isso tem me MATADO, vivo intensamente cada momento,
sofro, sorrio, vivo uma montanha russa de emoções em poucos instantes.
Para
depois perceber que estou exagerando, e aí me tranco, silencio, choro.
Sinto falta de desejar, sonhar. Quero voltar a relaxar
quando durmo, quero sentir de novo o gosto da comida, e a vontade de maratonar
meu livro e minha série preferida.
Quero explodir para fora ao invés de implodir e adoecer, sem
remoer mil e uma vezes o passado, o que foi ruim.
Você é minha, porque sou sua, porque sou você e te
arrancando me mataria.
Do que tem pressa e ao mesmo tempo foge? DESCANSA!
Sente de novo o cheiro da infância, ri mais uma vez, há
quanto tempo não fazes isso com prazer?
Só não tire, o pouco de vida que ainda me resta, NÃO
DESISTA. OBRIGADA!