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sábado, 24 de dezembro de 2016

Maneiras de se desintoxicar emocionalmente

Aprenda a dizer não sem culpa
Primeiro é importante entender que é humanamente impossível agradar a todas as pessoas ao mesmo tempo. As pessoas criam expectativas (nós também fazemos muito isso) e quando essas expectativas não são atendidas elas tendem a se frustrar. Mas você conhece todas as expectativas das pessoas sobre você? Provavelmente não, logo como espera agradar a todos?
Entenda que pensamentos são apenas pensamentos
Não paramos de pensar. Agora, enquanto está lendo esse texto você está tendo muitos pensamentos. Pensamentos bons e pensamentos não tão bons. Por vezes passam coisas pela nossa cabeça do tipo: “Puxa, bem que o professor poderia passar mal e não vir dar aula hoje!” ou ainda “Nossa, que pessoa feia e desprezível, tomara que tropece caia de cima desse salto!” são pensamentos dos quais não nos orgulhamos muito e quando eles aparecem tendemos a nos culpar excessivamente, logo estamos nos punindo e questionando mas como eu pude pensar isso? Esse tipo de pensamento nos deixa excessivamente culpados e entender que pensamentos são apenas pensamentos nos ajuda a diminuir a culpa. Eles são apenas um produto da nossa mente, mas não existem no mundo real.
Aceite-se como você é
É uma tarefa quase impossível ser bem sucedido em todas as áreas da vida, somos seres limitados! Aceitar que temos muitas competências e habilidades, usar isso de maneira construtiva e ser menos exigente faz parte do processo de autoconhecimento e construção de autoestima. Conhecer e aceitar a nossa história de vida e aprender a perdoar as pessoas é muito importante, porém, fundamental mesmo é aprender a considerar quem somos e perdoar a nós mesmos. Aceitar que nem sempre seremos perfeitos e que todos erram em algum momento é libertador.
Tenha uma vida social saudável
Somos seres sociáveis, por isso cultivar bons relacionamentos é importante para manter a nossa saúde mental. São os nossos amigos e familiares quem estarão conosco compartilhando os melhores momentos da nossa vida. Por isso, manter uma relação próxima das pessoas que nos fazem bem é além de um prazer um hábito que ajuda a manter a nossa qualidade de vida e bem estar.
Aprenda a controlar o estresse
Estamos expostos a um alto nível de estresse, isso por que precisamos conviver com o trânsito, dificuldades financeiras, doenças, perdas… São tantas as situações que exigem de nós mais do que realmente conseguimos suportar que não há saída: acabamos nos estressando. Mas aprender a relaxar e controlar as emoções ameniza a sensação de esgotamento. Para isso cada pessoa encontrará um caminho. Algumas pessoas conseguem se controlar com música, outras com exercícios de respiração, meditação, existem inúmeras terapias que podem ajudar nesse processo.
Entenda que a sua vida é agora
Viver o tempo presente e desfrutar do melhor que ele pode nos oferecer é viver intensamente e plenamente. Entender que a felicidade é um processo que ocorre dentro de nós e não depende da ação dos outros e sim de nós mesmos é tomar para si a responsabilidade de viver uma vida plena. Será que é racional viver esperando que as coisas aconteçam na nossa vida no futuro para que possamos ter paz e alegria? Quanto pode nos limitar viver remoendo as decepções e tristezas do nosso passado? Só existe o tempo presente, portanto viva-o.
E finalmente, se for necessário procure ajuda profissional. Entenda que quem procura um serviço de psicologia o faz por que quer resolver os seus problemas, por isso buscar ajuda é um ato de coragem e amor por si mesmo.


sábado, 17 de dezembro de 2016

Arte e Transcendencia

A Índia possui dois grandes épicos: o Ramāyana e o Māhabhārata. O segundo é mais conhecido devido à peça, que depois deu origem ao filme, de Peter Brook. É também conhecida a passagem referente ao Bhagavad Gita, o livro sagrado do Hinduismo. Pois bem, logo no início do Māhabhārata é contada a história do rei Uparicara, que, pensando em sua mulher, ejacula. Por estar longe de seu palácio, e desejar muito ter descendentes, envia seu esperma à rainha por intermédio de um falcão. Só que este pássaro é interceptado no meio do caminho por um outro falcão, com quem trava uma luta e o esperma acaba caindo num rio e fecundando um peixe. Nasce daí Satyavati, uma mulher muito bonita, mas com um cheiro tão forte de peixe, que os homens não conseguem se aproximar .

Satyavati passa a ser a condutora de uma balsa que fazia a ligação entre as duas margens de um rio. Um dia chega até ela um homem chamado Parâçara, um bardo, eremita andarilho e artista. Ele não apenas se casa com Satyavati, mas transforma o seu cheiro ruim de peixe em um perfume delicioso e inebriante. Além disso, a ela seria restaurada a virgindade quando desse à luz. O filho deste casal é Vyâsa, o poeta que conta a história do Māhabhārata.

Temos aqui alguns aspectos bastante interessantes para o tema que iremos desenvolver. Esta história começa com o devaneio de Uparicara, que produziu o esperma, e portanto, a fertilidade. Vemos, na imaginação, na fantasia, a manifestação espontânea da Psique, um produto natural, que emerge graças à coordenação daquele arquétipo que Jung denominou Self, e que Byington chama de Arquétipo Central. É a partir deste centro organizador que somos impulsionados a realizar nosso potencial como seres humanos ao estruturarmos e ampliarmos nossa Consciência através da elaboração dos símbolos que chegam até nós.

A criação de Satyavati aponta para a união entre um rei (representante do poder e da autoridade constituída, da civilização, da hierarquia, da ordem) e a Mãe Peixe (representante da força instintiva da natureza, do irracional, das profundezas, da não civilidade – diz o I Ching, o milenar livro chinês, que os porcos e os peixes são os animais mais difíceis de serem comandados). Neste par estão contidas inúmeras polaridades: masculino-feminino, humano-animal, cultura-natureza. Satyavati, a mulher com cheiro de peixe, é fruto desta junção. Simboliza a dificuldade de uma cultura que prioriza a ordem, a organização, a lei, a hierarquia, isto é, patriarcal, aceitar elementos provenientes do universo matriarcal (o apego, a natureza instintiva, sensual, concreta). No entanto, este lado da natureza humana é tão importante quanto o outro; somos tão racionais quanto irracionais, capazes de construir uma civilização, mas profundamente atrelados às nossas necessidades básicas, físicas, fisiológicas. Não podemos prescindir nem de um aspecto nem de outro. O que, então, é capaz de conjugar mundos tão diversos? O símbolo é a célula psíquica capaz de unir opostos, de juntar o que conhecemos com aquilo que ainda não sabemos, e por isso sempre traz o novo.

No caminho do desenvolvimento da Consciência, os símbolos são aliados importantes. São eles os portadores da energia psíquica transformada em algo acessível. O símbolo pode vir de uma imagem interna – um sonho ou uma inspiração, por exemplo, ou de uma experiência corporal – ou através de uma pessoa, ou de um fato. Na verdade, tudo o que chega até nós tem seu caráter simbólico, porque tudo é mais do que parece ser. O símbolo é esse veículo extraordinário que nos conduz para além da obviedade, apontando sempre para o que ainda desconhecemos. É por meio dele, portanto, que estruturamos e desenvolvemos nossa Consciência, e por isso Byington considera que os símbolos são sempre estruturantes. São os símbolos, portanto, os elementos que nos conduzem rumo a uma ampliação dos nossos horizontes, da nossa visão de mundo, desde que possamos elaborar seus significados e integrá-los à nossa Consciência. E como eles se expressam na Cultura? Através da Mitologia, dos Contos de Fadas, das Religiões, da História, da Alquimia, do Folclore etc. E da Arte. Através da Arte o indivíduo abre espaços para que a Cultura vá se transformando. Porque a Arte é símbolo vivo. É através do artista que muitos dos paradigmas são ultrapassados: a Arte é transgressão, é criação, inovação, revolução.

Na nossa história, é o artista Paraçara quem transforma o mau cheiro em perfume, quem faz com que o odor natural, forte e insuportável de Satyavati possa não apenas ser tolerado, como transformado em função de sua aceitação. E aqui podemos lembrar a estruturação das nossas defesas, como sendo muitas vezes fruto da rejeição, do desamparo, da não acolhida, da não aceitação – tudo o que só faz piorar o mau cheiro.

Enraizados na mesma matriz, a Psique, o que o sonho traz para o indivíduo, a Arte traz para a Cultura. O sonho, afirma Jung, quase nunca dirá ao sonhador o que ele já sabe. Por isso é tão difícil interpretar os próprios sonhos – tendemos a ver aquilo que já sabemos. Também a Arte exige criatividade e renovação. Assisti a uma entrevista com o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, na qual ele citava Flaubert, que dizia que a Arte tem que surpreender. A Arte é a surpresa, o inesperado, o novo, o inusitado.

Mas, o que mais pode caracterizar a Arte? Rilke, em seu livro Cartas a um Jovem Poeta, diz:

As coisas estão longe de ser todas tão tangíveis e dizíveis quanto se nos pretenderia fazer crer; a maior parte dos acontecimentos é inexprimível e ocorre num espaço em que nenhuma palavra nunca pisou. Menos suscetíveis de expressão do qualquer outra coisa são as obras de arte, – seres misteriosos cuja vida perdura, ao lado da nossa, efêmera. (p. 21)
E mais adiante:

Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite: “Sou mesmo forçado a escrever?” Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples “sou”, então construa sua vida de acordo com esta necessidade. (pp. 22-23)

Se depois desta volta para dentro, deste ensimesmar-se, brotarem versos, não mais pensará em perguntar seja a quem for se são bons. (…) Uma obra de arte é boa quando nasceu por necessidade. (p.24)

Este é o chamado, a vocação, no sentido próprio do termo (vocare = chamar). É o fazer pela necessidade, pela urgência do chamado. Assim como é o ato de brincar, para a criança.

Jung (1922), por sua vez, nos diz que:

A obra (de arte) traz em si a sua própria forma; tudo aquilo que o autor gostaria de acrescentar, será recusado; e tudo aquilo que ele não gostaria de aceitar, lhe será imposto. Enquanto seu consciente está perplexo e vazio diante do fenômeno, ele é inundado por uma torrente de pensamentos e imagens que jamais pensou em criar e que sua própria vontade jamais quis trazer à tona. Mesmo contra sua vontade tem que reconhecer que nisso tudo é sempre o seu Self que fala, que é a sua natureza mais íntima que se revela por si mesma anunciando abertamente aquilo que ele nunca teria coragem de falar. Ele apenas pode obedecer e seguir esse impulso aparentemente estranho; sente que a sua obra é maior do que ele e exerce um domínio tal que ele nada lhe pode impor. Ele não se identifica com a realização criadora; ele tem Consciência de estar submetido à sua obra ou, pelo menos, ao lado, como uma segunda pessoa que tivesse entrado na esfera de um querer estranho. (par.110)

A Arte surge não do Ego, mas da natureza total. O artista se abre para o inesperado, e quantas vezes não se surpreende com o que sai dele! Como a mãe que gesta um filho, cabe ao verdadeiro artista dar passagem àquilo que agora emerge de dentro dele, mas que reconhecerá não ser ele e que, sabe, só surge Deo concedente.

Por isso, diz von Franz (1990), a atividade criativa deve ser feita de forma religiosa, no sentido de observação cuidadosa do numinoso. Um belo exemplo disso é a história de “Seu” Gabriel, contada por Byington (1994) em seu artigo “A Missão de Seu Gabriel e o Arquétipo do Chamado”, baseado, por sua vez, no livro da antropóloga Amélia Zaluar sobre a vida e a obra de Gabriel dos Santos.

Seu Gabriel nasceu em 1892. Seu pai era um negro mestiço, escravo e feitor de outros negros e sua mãe era filha de uma índia. Era o quarto filho, de uma família de doze irmãos. Desde cedo, manifestou uma acentuada queda para as artes. Cantava, fazia flores de papel crepom para vender, desenhava muito bem riscos para tecidos bordados. Pintava em cartolina sereias e santos, de encomenda, dedicando versos, de sua autoria, à pessoa que o contratava. Muito religioso, chegou a construir uma capelinha dedicada a Santo Antônio, onde ele organizava festas nas datas tradicionais da Igreja Católica. No altar, santos de barro, que ele mesmo esculpia e pintava. Mas quando percebeu que a religião católica não o satisfazia plenamente, passou para a Igreja Batista, à qual pertenceu até morrer. Nessa ocasião desfez-se dos santos e derrubou a capelinha.

Desde pequeno, Gabriel intuiu que teria que viver sozinho, “fora da família”, para fazer, com tranqüilidade os “trabalhinhos” de que tanto gostava, para ter seu espaço e liberdade de criar. Aos vinte anos, uma “revelação”, um sonho lhe mostrou que devia construir uma casa “só para si”.

Começou a construí-la pouco a pouco, e levou quase dez anos para concluir a obra. Dispunha de poucos recursos para comprar o material e trabalhava sozinho, em seus momentos de folga. Semi-analfabeto e utilizando como recurso principal a intuição, aprendeu sozinho a executar uma série de tarefas. Fez de tudo: foi pedreiro e carpinteiro, arquiteto e construtor, operário e artista. Mas não construiu uma cozinha, pois sentiu que naquela casa não se devia fazer refeições.

Depois de a casa terminada, um novo sonho lhe traz a idéia de enfeitá-la. Mas como? Com quê? “Matutando” muito, resolveu embelezar seu rancho com o refugo das construções locais, “restos de obras grandes da cidade”, com objetos e materiais quebrados encontrados no lixo, com coisas jogadas fora porque consideradas imprestáveis para o uso. – “Pensei em fazer do nada.”

Assim, não havia materiais “nobres” para Gabriel. Utilizava cacos, sobras, restos. Via neles, nos materiais mais humildes, possibilidades que os outros não viam. Tudo servia para compor sua casa/escultura, para dar vazão a uma prodigiosa criatividade. O “imprestável”, o “lixo”, o “inútil”, transformavam-se, através de seus olhos visionários, em matéria preciosa para a produção de beleza não percebida pelas pessoas comuns. Surge a Casa da Flor.

Em seu discurso, percebe-se que acreditava criar guiado por inspiração divina, associando sua capacidade inventiva com a força e a criatividade de um espírito superior: – “Eu mesmo fazendo, eu mesmo me espantando, isso pode ser só de mim?… Isso não é da gente, não. É o espírito de Deus que concede!”

Gabriel nunca se casou, nem teve filhos. Sempre morou sozinho na Casa da Flor. Dizia mesmo que não conseguia dormir com a presença de outra pessoa em sua casa, mesmo que fosse uma criança. Isso o perturbava muito. Teve como companhia, durante muitos anos, alguns cachorros, dentre eles, Diamante. Quando este morreu, anotou seu pesar em um caderno e construiu para ele um túmulo. Fez o mesmo para uma galinha, à qual havia se afeiçoado.

Seu Gabriel foi gradativamente perdendo a visão, e, no final, via somente sombras. Mas isso lhe bastava para que continuasse trabalhando no embelezamento do seu lar, o que fez até os 92 anos, quando faleceu sem deixar sua casa. Cinco dias antes de sua morte, pediu ao sobrinho Wilson para zelar por sua casa, para ser “sua pessoa”, justificando: – “Isto é um enredo, uma história”…

Segundo Byington,

O Arquétipo do Missionário se constelou na personalidade de Seu Gabriel dentro do dinamismo de alteridade. A casa como Outro fascinou o Ego para uma vivência dialética e criativa, que o atraiu em função de um todo incomensurável vivenciado por Seu Gabriel como a vontade de Deus, a ele revelada paulatinamente durante o desenvolvimento da obra. A imaginação e o sonho interligaram o Eu, o Outro e o Todo através de uma vivência afetiva e intuitiva de origem racionalmente inexplicável e revelada por símbolos. A construção da casa tornou-se, assim, uma ocupação criativa inerente a uma vocação existencial inseparável do significado da vida. É a vivência da arte subordinada à totalidade. (1994, p.118)

Outro exemplo da ligação entre a arte e a religiosidade foi presenciado por mim ao assistir a uma apresentação de uma bailarina indiana. A Índia possui tradicionalmente uma cultura na qual a sacralidade não ficou tão separada das atividades seculares, ou melhor, nesse país, muitas das atividades permanecem, ainda com uma certa freqüência, inseparáveis de seu caráter sagrado. Assim, antes de determinadas atividades cotidianas, alguns ritos são realizados. Isso ocorre também antes de uma performance de música clássica, ou uma apresentação teatral. Na apresentação à qual me refiro, a dançarina, ao iniciar o espetáculo, havia feito um rito de entrada – uma homenagem a um deus, possivelmente Ganesha, considerado o patrono das Artes e, não por acaso, aquele que abre caminhos; ou então, a Shiva Nataraja, o deus que criou o mundo dançando [segundo uma dançarina, “qualquer Deus pode estar lá: Nataraja, Ganesha. (…) Para uma estudante cristã, tínhamos um Nataraja e um Jesus no palco.” (Gaston, p.163)]. Ao final da apresentação, foi muito aplaudida e a platéia pediu bis. Ela então, de modo absolutamente natural, pediu desculpas de antemão, dizendo que ela já havia feito o rito de saída (evidentemente não usou esta terminologia), e que, portanto, quem iria se apresentar agora seria somente ela, e por isso a dança não seria mais a mesma coisa. Isto revela a enorme diferença que existe entre a Arte como expressão de algo maior, expressão da totalidade, e a expressão puramente egóica. Não sei se nós, da platéia, teríamos sintonia e sensibilidade suficientes para perceber isso, mas, para ela, era algo que fazia toda a diferença. A esse respeito, comenta Indira Rajan, dançarina de uma família tradicional de dançarinas: “Porque os componentes da dança são baseados em Deus, o palco deve ser como um templo” (idem, ibidem).

Em seu livro O Sagrado, Rudolf Otto estuda a experiência religiosa buscando esclarecer seu caráter específico e sua fenomenologia. Procura descrever o “Deus vivo”, e não uma idéia ou noção abstrata de Deus, mas sua vivência. Encontra, então, o sentimento de pavor diante do sagrado, do mysterium a um só tempo tremendum e fascinans, que exala uma superioridade esmagadora de poder e no qual se expande a plenitude do Ser. Essas experiências foram chamadas por Otto de numinosas (numen=deus), porque são provocadas pela revelação de um poder divino.

O mundo numinoso caracteriza-se como qualquer coisa de ganz andere (totalmente outro) de radical e totalmente diferente; em relação ao ganz andere, o homem tem o sentimento de profunda nulidade, o sentimento de não ser mais do que uma criatura. (Eliade, p.24)

Voltemos aqui ao Mahabharata, mais especificamente aos ensinamentos do Gita, que propõe que as ações não visem seus frutos, e que sejam movidas pelo sentido profundo contido nelas mesmas. Esta é a ação que expressa a conexão consciente com o centro, com o Arquétipo Central, com o Todo, e por isso, basta a si mesma. A plenitude se revela àquele que cria porque, ao criar, ele obedece ao chamado para que realize sua natureza profunda. Ao acolhê-lo, o ser humano exercita e é tomado por sua capacidade imaginativa; através dele, o mundo é criado e, ao criar, o ser humano é. Por isso, o ato de criar basta a si mesmo e não busca finalidade outra que ele próprio, pois seu sentido lhe é inerente.

Essa concepção aproxima-se da idéia indiana da criação através do lilā, o jogo divino que acontece num estado de arrebatamento muito semelhante ao do artista imerso no processo criativo. Os deuses são tão plenos e completos que sua atividade só pode ser vista como livre dos domínios da lei de causa e efeito, e para além da natureza pragmática e utilitária que governa os seres humanos. Ao contrário, sua ação volta-se para o reino da liberdade. Sob esta perspectiva, a liberdade criativa é um ato divino.

Podemos, assim, pensar no ato criativo como a vivência de uma hierofania, termo proposto por Eliade e que significa a manifestação do sagrado.

De acordo com von Franz (1990),

A arte como fenômeno psíquico primordial cumpre uma tarefa religiosa e representa um aspecto do “levar cuidadosamente em conta as forças transcendentais” que correspondem aos cantos, preces e rituais dos sacerdotes. Dar forma aos espíritos é tarefa “sagrada” e as obras devem ser formadas em atenção a si mesmas (ao espírito), e não de acordo com o gosto ou a disposição de ânimo do artista. (p. 246)

Em termos psicológicos, podemos dizer que o sagrado é tudo aquilo que nos faz ultrapassar a literalidade, abrindo nosso horizonte para o ganz andere, para o mais além. Em outras palavras, a transcendência nos é dada pela dimensão simbólica. Lembremos que a transcendência é aqui compreendida como a percepção da relação entre o Ego e algo que ele vivencia como maior que ele. Por isso nos diz Eliade (1956) que, para aqueles que têm uma experiência religiosa (para nós, uma vida simbólica), toda a Natureza é susceptível de revelar-se como sacralidade cósmica (p. 26). O homem religioso (o homo simbolicus) se esforça por permanecer o maior tempo possível ligado a um universo sagrado (ou seja, à totalidade). No ato de criar, o artista busca aquele momento mágico, sagrado, no qual a obra lhe diz que está completa.

Ainda de acordo com Eliade, o espaço sagrado é uma ruptura dentro do espaço profano. Este temenos é a terra consagrada, a nossa pátria, a nossa casa, o templo, o espaço analítico, mas também o palco, a tela, o papel que receberá um poema, o chão onde a criação do arquiteto tomará forma. No recinto sagrado, é possível a comunicação com os deuses. Quanto ao tempo, Eliade também considera o tempo sagrado aquele que se abre para a eternidade, para a permanência. O tempo sagrado é o tempo dos mitos, da essência, da Arte, que se sobrepõe à vida. “Para além da vida está a morte; para além da Arte, a eternidade”, disse o poeta.

A ligação profunda entre a Arte e transcendência faz com que muitas vezes elas se unam e se mesclem a tal ponto que se tornam indistintas. Alguns exemplos são as pinturas realizadas nos corpos de povos tribais em momentos importantes; ainda hoje, em cerimônias de casamento, muitas indianas pintam as mãos e os pés; as danças sagradas, realizadas inclusive em templos, como é o caso das devadasis, as dançarinas hindus “dedicadas a um marido divino que nunca morre”, que em rituais festivos dançam o drama para recriar a história divina. Temos também poemas místicos, como A Noite Escura da Alma, de San Juan de la Cruz, e o Gitagovinda, de Jayadeva; músicas e cânticos sagrados, entoados em templos; a arte sacra, espalhada pelo Ocidente e Oriente; a arquitetura, expressando ela própria a sacralidade do espaço, e tantas outras manifestações. Quero ressaltar, entretanto, aquela arte cuja expressão é inseparável do sagrado: a Mandala.

As mandalas são círculos sagrados, formas concêntricas criadas tradicionalmente com a finalidade de “colocar um fim no sofrimento, um desejo intenso de buscar a iluminação em prol dos outros e uma visão correta da realidade” (Dalai Lama, in Brauen, 1992). Fundamentalmente, são secretas. São representações pictóricas utilizadas, por exemplo, no Budismo Tibetano para expressar as verdades religiosas mais profundas. São aspectos do Absoluto, mas não ele próprio em todo seu esplendor e bem-aventurança. O objetivo de cada visualização é descobrir e realizar a divindade radiante. Assim, essas representações são auxílios para a meditação, para buscar e encontrar um centro, onde, tradicional e universalmente, considera-se o lugar da divindade (Brauen, 1992).


As mandalas podem ser pintadas, mas também desenhadas e dançadas, como é feito em muitas tradições, com as danças circulares.
Para Jung,desde tempos imemoriais, o círculo e o centro têm sido considerados símbolos do divino, ilustrando a unidade do deus encarnado: o único ponto no centro e muitos na circunferência. (1950, par. 327)

É importante lembrarmos também que a criatividade do artista está inserida tanto no Self Cultural como no processo de desenvolvimento de sua personalidade, pois indivíduo e cultura são polaridades inseparáveis. Alguns artistas, inclusive, escancaram seu processo pessoal para a Cultura, expondo em sua Arte vivências extremamente íntimas, mas que, ao se fundirem às experiências profundamente humanas, transcendem a individualidade e mostram seu caráter universal. Penso que a obra de Frida Kahlo exemplifica isto de uma maneira extraordinariamente exuberante.

A criatividade do Self não se restringe à criatividade pela Arte, embora ela possa estar presente de forma explícita, sobretudo quando o caminho da realização do Ser, o Processo de Individuação, passa pela sensibilidade artística e pela necessidade de a pessoa elaborar essas vivências na dimensão estética.

Byington (1996) afirma que a dimensão onírica, por exemplo, tem tudo a ver com a dimensão da poesia. Diz ele:

Sua expressão em imagens metafóricas capazes de evocar as mais variadas emoções e nuances da sensibilidade da alma sem a obrigação de se explicar coisa alguma tornam os sonhos a poesia noturna do Self. (p. 135)

Abrir-se para a vida simbólica é abrir-se para o mistério. E a vida é um grande mistério. Quanto mais importante for a experiência, mais misteriosa ela será. Experiências fundamentais, como o amor, a morte, a transcendência, são vivências profundas e impossíveis de serem circunscritas pela nossa razão. Necessitamos, assim, uma linguagem metafórica para tentar expressar de modo mais completo o que vivemos. Nesse contexto, a Arte é fundamental. Sua linguagem simbólica, metafórica, seja ela poética, dramática, através da expressão corporal, da música, das cores e das formas, estende-se sobre todas as culturas, mantendo nossa identidade ao mesmo tempo em que é profundamente transgressora.

Ao não precisar explicar coisa alguma, a Arte é inseparável da liberdade. A Arte não pode ser presa, nem restrita, limitada ou confinada pelo que quer que seja. A Arte, assim como os sonhos, é livre e libertária. Como nossos sonhos apontam o caminho da criatividade profunda, a liberdade intrínseca à Arte faz dos artistas seres precursores de mudanças culturais.

Citando Fernando Pessoa, toda arte é uma confissão de que a vida não basta.

Referências Bibliográficas

Brauen, Martin (1992). The Mandala – Sacred Circle in Tibetan Buddhism. London: Serindia Publications, 1992.

Byington, Carlos A. B. “A Missão de Seu Gabriel e o Arquétipo do Chamado”. Junguiana, Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, no.12, 1994, pp. 110-133.

___________ (1996). Pedagogia Simbólica. Edição revisada e atualizada: A Construção Amorosa do Saber. São Paulo: W11 Editores, 2004.

Carrière, Jean-Claude. Māhabhārata (Guia do espectador para o filme de Peter Brook). Tradução: Carlos Alberto da Fonseca, USP, 1992.

Eliade, Mircea. (1956). O Sagrado e o Profano – A Essência das Religiões. Lisboa: Ed. Livros do Brasil, s/d.

Gaston, Anne-Marie “Dance and the Hindu Woman – Bharatanatyam Re-ritualized”, in Leslie, Julia, ed. Role and Rituals for Hindu Women. Cambury: Assoc. UP, 1991.

Jung, Carl Gustav (1922). Relação da Psicologia Analítica com a Obra de Arte Poética. CW15. Petrópolis: Ed.Vozes, 1987, par. 110.

___________ (1950). Concerning Mandala Symbolism. CW9 Part I. London: Routledge & Kegan Paul, 1959.

Kinsley, David (1979). The Divine Player – A Study of Krishna Lilā. Delhi: Motilal Banarsidass, 1979.

Rilke, Rainer Maria (1953). Cartas a um Jovem Poeta. Porto Alegre: Editora Globo, 1983.

von Franz, Marie-Louise (1990). Psicoterapia. São Paulo: Paulus, 1999.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Deusas Gregas e o Feminino

Ainda somos fortemente influenciados pela cultura grega. Na Mitologia os gregos mostravam, por meio do mito de Pandora, a misoginia. Pandora trouxe o mal ao mundo, assim como Eva na cultura judaico cristã.
Mas isso não é totalmente negativo. O feminino estar próximo ao mal, significa que está mais próximo ao humano e com possibilidade de desenvolvimento maior, pois tem mais familiaridade com a sombra.
Os gregos também possuíam muito medo da deusa Afrodite. Deusa da sexualidade feminina, da fertilidade, do amor e sedução, vivia seu desejo da forma que lhe convinha. Era a deusa mais bela, mais desejada e invejada do panteão.
Esse medo é retratado no mito do encontro da deusa com o mortal Anquises.
A deusa, ao ver o mortal se apaixona e decide entrar na tenda do rapaz e quando ele a vê a saúda como uma imortal, prometendo-lhe um altar e sacrifícios, e suplicando-lhe a bênção para ele e sua posteridade. Diante do medo, a deusa mente, dizendo ser uma donzela mortal, uma princesa frígia que também sabia falar a língua dos troianos. O mortal deita-se com a deusa imortal, sem saber o que estava fazendo. Afrodite desperta o amante adormecido e mostra-se a ele em sua verdadeira forma e beleza. Anquises fica assustado quando viu os lindos olhos dela. Virou-se para o outro lado, cobriu o rosto e implorou-lhe que o salvasse. Pois nenhum homem mortal continua gozando de boa saúde pelo resto da vida depois de haver dormido com uma deusa. Com ele então, concebe Enéias. Mas de sua parte, a deusa lamentou haver-se entregue a um mortal.

O medo da sexualidade afrodisíaca da mulher ainda persiste em nossa sociedade Ocidental. O medo de ser subjugado pelo desejo feminino ainda vive no homem moderno.
Além disso, em civilizações anteriores as deusas do amor e fertilidade também eram deusas da magia, da guerra e da morte, como a nórdica Freya, por exemplo. Amor e guerra sempre foram faces da mesma moeda.
Os gregos retiraram a qualidade guerreira de Afrodite e projetaram em seu amante Ares, que, por sua vez, também era rejeitado pelos gregos, por sua impulsividade e caráter agressivo. Os dois amantes eram uma ameaça ao patriarcado nascente à época.
A deusa da guerra para os gregos era Atena. Deusa da estratégia de guerra, da civilização, da cultura, diplomacia e da sabedoria. Era tida em alta conta pelos romanos e era a favorita de seu pai Zeus, o grande senhor do Olimpo.

Era casta, virgem e moderada. Ela inspirava os heróis com sua sabedoria e podia ser tão implacável quanto Ares, mas mantinha distância das paixões. Bem diferente da impetuosa Freya, suas ações eram movidas pela estratégia e frieza.

É possível que em tempos remotos Atena tenha sido uma deusa da fertilidade e tido o caráter maternal de todas as Grandes Mães da pré-história, no entanto, foi “domesticada”, formando um duplo sombrio com Afrodite.
Além disso, Atena e seu irmão Hefesto aparecem frequentemente juntos na arte grega, ambos são considerados co-instrutores da humanidade nas artes, e em vários lugares dividiam um culto em tempos remotos, o que sugere que em uma fase primitiva, não documentada, Hefesto pode ter sido um esposo de Atena.
Atena sendo levada em tão alta conta e sendo separada de seus atributos originais, mostra a nós que as qualidades femininas levadas em consideração atualmente, são a moderação dos instintos e a castidade.
No entanto, as Deusas da fertilidade clamam sua volta. Essa sombra reprimida precisa ser olhada novamente. O amor e a guerra, a fertilidade e a exuberância da sexualidade e sensualidade femininas precisam ser novamente compreendidas para assim deixarem de ser temidos.
Afrodite ainda sobreviveu na cultura grega e possuía seu culto, mas infelizmente hoje, na cultura cristã ela foi suprimida. Ainda enxergamos aspectos femininos como Pandora e Eva. Precisamos de um novo olhar para o feminino, que una novamente esses aspectos separados.
Referências:
BRANDÃO, J. – Mitologia Grega Vol. 1, Petrópolis: Vozes, 1986
BOLEN, J. S. – As Deusas e a Mulher. São Paulo: Paulus, 1990

CAMPBELL, J. O Poder do Mito. São Paulo: Palas Athena, 1990.

sábado, 12 de novembro de 2016

Como controlar a ansiedade na hora da prova

 1. Prepare-se bem para a prova. Quanto mais bem preparado você estiver, menos ansioso se sentirá. O ideal é que você mude a forma de encarar os testes. Em vez de enxergá-los como um mal necessário, passe a vê-los como um desafio e uma oportunidade de demonstrar sua disciplina, empenho, inteligência, memória e raciocínio.
2- Não estude para a prova na véspera. Comece a se preparar com antecedência. Se a prova for muito importante ou testar muito conteúdo, comece a se preparar para ela no mínimo duas semanas antes. Além de estudar o material didático que consta no livro ou na apostila, revise as anotações que fez em classe. Em outros artigos, isto foi dito e será repetido aqui: não deixe para estudar para a prova na véspera. Se você se preparar com antecedência, sentirá muito menos ansiedade no dia do exame. Isso porque você terá tido tempo suficiente para estudar e revisar o material, fazer séries de exercícios para testar se realmente entendeu o que estudou e tirar dúvidas com o professor sobre
3- É fundamental que você mantenha uma atitude positiva e confiante durante seu preparo para a prova. Seja no preparo para a prova, seja no próprio dia da prova, não pense que qualquer conceito está fora do alcance da sua inteligência. Tenha um pouco de paciência consigo mesmo. O que é difícil hoje parecerá muito mais fácil amanhã. Quando um aluno se esforça para compreender algum conceito, é apenas uma questão de tempo até que ele o domine.
4- Se for possível, faça exercícios físicos nos dias que antecedem a prova. Isso reduz estresse e ansiedade. E melhora o raciocínio e a memória.
5- Tente dormir bem na noite anterior a prova Uma boa noite de sono é uma ótima forma de combater o estresse e a ansiedade. Pouco sono prejudica a memória. Além disso, estudos indicam que a falta de sono resulta em ansiedade, nervosismo, falta de concentração e fadiga mental.
6- Tente chegar cedo ao local da prova. Pessoas que chegam atrasadas geralmente chegam ansiosas.
7- Durante a prova,tente manter a calma. Caso se sinta muito ansioso devido à dificuldade das questões, respire profundamente e tente relaxar. A respiração profunda diminui a ansiedade e melhora a concentração.




8- Leia as instruções da prova com cuidado. Se houver alguma instrução que não tenha compreendido, não hesite em tirar a dúvida com o professor/supervisor.
9- Antes de iniciar a prova, tente calcular quanto tempo vai demorar em cada questão. Se souber administrar bem o tempo, você se sentirá menos ansioso.
10- Antes de responder às questões da prova,  você deve começar a prova pelas questões mais fáceis. Isso lhe dará um sentimento de confiança. Deixe as mais difíceis por último.
11- Durante a prova, não seja influenciado pelos sentimentos de outros alunos. Se eles estão ansiosos, não permita que a ansiedade deles o afete. Se eles acham a prova difícil demais, não significa que seja. Também não se deixe influenciar pela velocidade com a qual eles respondem às questões. Fazer uma prova rapidamente não significa conhecer bem a matéria. Utilize bem o tempo, concentre-se em fazer uma boa prova.
12- Se você não souber como resolver uma questão  não fique ansioso e certamente não se desespere. Passe para a seguinte . Depois de responder a todas as questões fáceis, volte para as difíceis. Lembre-se: você não precisa acertar absolutamente todas as questões da prova para tirar uma boa nota.
13- Concentre-se na prova. Quando nossa mente está concentrada em uma tarefa, há menos chances de ser contaminada por sentimentos de ansiedade, insegurança e nervosismo


sábado, 22 de outubro de 2016

Vomitar sentimentos

Acredito que em algum momento já se comeu comida estragada e o único jeito foi coloca-la para fora através do vômito.
Assim também funciona com nossas emoções e experiências dolorosas que passamos, se não soubermos como digeri-las em nossa vida elas se transformam em doenças.
A isso chama-se somatização, muitas vezes sentimos dores pelo corpo, taquicardia e outros sintomas mas quando vamos ao médico recebemos a notícia que nada temos.
Então do que se trata, muitas vezes alguns médicos mais sensíveis, encaminham a pessoa ao psicólogo, claro que a pessoas pode não entender essa orientação e achar que o mesmo só fez isso para se livrar o mais rápido possível dela.
Mas não é verdade, na terapia, o local mais adequado para se vomitar essas emoções, é onde podemos falar, chorar, reviver, enfim, vomitar o que emocionalmente nos fez ou faz mal.
Se isso não acontece se fica consciente ou inconscientemente remoendo emoções dolorosas, que podem por vezes fazer voce "vomita-las" em outros momentos ou pessoas de forma inadequada, criando situações constrangedoras, dolorosas e por vezes irreversíveis.
Repense muito se não está guardando emoções difíceis de se lidar e não hesite em procurar um profissional adequado.

sábado, 15 de outubro de 2016

Oito gafes no WhatsApp que atrapalham a sua imagem profissional

Saiba quais são os deslizes que você não pode cometer usando o WhatsApp para o trabalho:
1-Mandar mensagens sobre o trabalho fora do expediente
Nenhum empregador gosta que seu funcionário atrase suas tarefas por passar muito tempo conversando no WhatsApp sobre assuntos pessoais. O contrário também deve valer: não é permitido assediar a equipe com cobranças via app no seu período de descanso.
Mandar mensagens fora do expediente não é apenas uma gafe: a prática pode até render processos trabalhistas por horas extras não remuneradas.
2-Trocar o “olho no olho” por balões de texto

Esta mesma orientação vale para WhatsApp, e-mail ou qualquer outra ferramenta online: não abandone as interações presenciais em nome da (inegável) praticidade de se enviar mensagens por escrito.Isso se aplica especialmente a conversas importantes, como feedbacks para a equipe ou negociações delicadas com clientes e fornecedores.
3-Mandar piadas, frases de autoajuda ou “desabafos” sobre política
Antes de enviar um conteúdo engraçado para colegas, chefes e subordinados, pergunte a si mesmo se você compartilharia aquilo com eles presencialmente. Dependendo do tipo de humor, piadas podem soar inadequadas e até ofensivas. Correntes, frases “inspiradoras” e comentários inflamados sobre política também podem causar irritação
.4-Visualizar e não responder
O WhatsApp notifica a leitura de todas as mensagens: assim que elas são visualizadas pelo destinatário, aparecem com dois risquinhos azuis ao lado. Essa “delação” pode causar muitos conflitos, de quem simplesmente ignorou a mensagem. A melhor saída é desabilitar a função de notificações de leitura.
5-Confundir destinatários
Com a pressa e a distração do dia a dia, não é difícil mandar mensagens para as pessoas erradas. É preciso ter atenção máxima antes de apertar o botão “enviar” — um cuidado que vale especialmente para quem participa de muitos grupos no WhatsApp.
6-Usar uma foto de perfil inadequada
A maioria das pessoas sabe que não deve usar uma foto pessoal tirada na praia como avatar no LinkedIn. Se você se comunica por WhatsApp com outros profissionais ou clientes, não se esqueça de que o mesmo vale para o seu perfil no aplicativo.
7-Errar a mão nos emojis
Um dos recursos mais populares do WhatsApp é o imenso acervo de carinhas e ícones divertidos que você pode adicionar às suas mensagens. Os “emoticons” são aceitáveis numa interação profissional, mas é melhor usá-los com cautela — até porque, em alguns casos, o tom da conversa exige sobriedade. Use apenas os mais básicos.
8-Tropeçar no português
A redação de um e-mail costuma exigir mais tempo e concentração do que a produção de uma mensagem de WhatsApp. Essa rapidez faz com que muitos usuários cometam erros de gramática e ortografia na comunicação pelo aplicativo, o que pode comprometer a sua imagem profissional.

A ferramenta de autocorreção pode parecer salvadora nesses momentos, mas também pode virar um problema. A palavra original pode ser substituída automaticamente por outra muito diferente, e gerar constrangimento dependendo da troca. A regra é a mesma que vale para e-mails: revisar atentamente todo e qualquer texto antes de enviá-lo.

sábado, 8 de outubro de 2016

Como voce pode melhorar sua carreira

Veja 7 questões que te ajudarão a tirar o melhor de sua carreira, pensando fora do modelo tradicional:
Qual é o seu propósito?
Um erro muito comum é confundir propósito com objetivos. Propósito é, por exemplo, se tornar muito bom no que você faz, enquanto um objetivo é terminar uma tarefa ou ser promovido.
Quantos pontos de vista você tem?
É essencial ver as situações por diferentes pontos de vista para compreender a complexidade do que acontece em seu ambiente de trabalho. Nunca foi tão necessário ser flexível – esses são tempos em que, em vez de construir muros, é necessário construir pontes entres países, culturas e pessoas. A diversidade é uma riqueza inimaginável e inexplorada.
Quais são as suas forças?
Todos têm um talento, um verdadeiro tesouro esperando ser descoberto. Porém, descobrir seu talento não é suficiente: você precisa usá-lo e melhorá-lo. Talento é superestimado. Ele, na verdade, contribui para apenas uma pequena parcela do seu sucesso. Sucesso significa um esforço constante.
Você consegue controlar seu ego?
Você consegue suprimir seu orgulho, sua propensão a tomar o crédito e sua vontade de estar sob os holofotes? Você pode realmente escutar outros pontos de vista, não porque é a coisa certa a se fazer, mas porque é necessário.
Se suas respostas para essas perguntas foram “não”, você tem o que os antigos gregos chamavam de “húbris”: a perigosa confiança de estar certo enquanto todos os outros estão errados.
Você ama o que faz?
Uma carreira de sucesso é alguma coisa profunda, significativa e relevante para qualquer pessoa. No meio do turbilhão da quarta revolução industrial, na era da transformação radical e agitação tecnológica, é necessário ancorar sua vida profissional e sua identidade aos seus valores.
Como você lida com escolhas difíceis?
Na sua carreira, você terá de fazer várias escolhas difíceis. A história mostra que a obediência cega à autoridade ao extremo pode tornar difícil dizer não. Você nunca deve dizer não às suas convicções, mesmo em face a situações adversas.
Como você pode conquistar a confiança dos outros?
Ser uma pessoa em quem os outros podem confiar é um tema central entre pessoas, organizações e sociedades e é também algo conquistado com tempo e trabalho duro. Afinal, sua reputação será o final de sua carreira.

Como construí-la? Com caráter, responsabilidade, competência, resultados, integridade e estando lá quando necessário – todas essas características são igualmente importantes. Arrogância e conflitos de interesse – reais ou não – são corrosivos.
Fonte : Empregos .com.br

sábado, 27 de agosto de 2016

Vinte habilidades mais buscadas pelas empresas entre candidatos

  1. Comunicação oral e escrita
  2. Atenção aos detalhes
  3. Habilidades em marketing
  4. Microsoft Office
  5. Integridade
  6. Orientação ao serviço ao consumidor
  7. Auto-motivação
  8. Trabalho em equipe
  9. Resolução problemas
  10. Criatividade
  11. Bom trabalho individual
  12. Habilidades organizacionais
  13. Planejamento de vendas e operações
  14. Habilidade em vendas
  15. Gerenciamento de projetos
  16. Conhecimentos no Power Point
  17. Mentoria
  18. Bom gerenciamneto de tempo
  19. Troubleshooting*é o processo de busca sistemática e lógica na raiz de um problema, de maneira que se consiga encontrar a causa rapidamente e resolvê-lo rapidamente, caso apareça novamente.
  20. Liderança
Fonte : Olhar Digital

sábado, 16 de julho de 2016

Como agir diante de um assalto



Muito provavelmente, a vítima ficará tão chocada com o acontecimento que sequer notará que está entrando em pânico. Pensar por um segundo em relação às reações e o nível de pânico poderá ajudar o indivíduo a manter um senso de calma durante o assalto. Enquanto o ladrão estiver furtando os objetos, perceba se os seguintes sintomas estão se manifestando
Frequência cardíaca aumentada,Respiração curta e acelerada,Sensação de confusão ou de dificuldade em se concentrar,Tremores perceptíveis,Transpiração.
Repita frases que acalmem a si próprio. Não se esqueça de relaxar, ficar calado e controlar-se.
. O ladrão poderá gritar palavras de ordem, deixando a vítima em pânico, pressionada e com medo.  
 Coopere. Durante o assalto, é importante que a vítima demonstre que ela não é uma ameaça ou obstáculo para o ladrão. Uma boa maneira de passar essa sensação a ele é mantendo a calma e cooperando com ele. Sempre que ele der uma ordem, obedeça, para que todas as pessoas que estão sob pressão fiquem seguras nesse período estressante. Não ofereça ajuda ou se voluntarie a fazer alguma coisa para o meliante. Faça apenas o que ele pedir.Ouça cuidadosamente aos comandos e cumpra as tarefas de maneira rápida e eficaz. Caso precise realizar alguma coisa, informe o ladrão diretamente e explique o porquê de estar fazendo isso. Peça permissão antes de qualquer ação, como colocar as mãos em uma gaveta ou nos bolsos.Se não entender um dos comandos do assaltante, peça para que ele esclareça. deve ser direta e curta. Dizer “Me desculpe. Eu não entendi.” será uma forma simples e clara de fazer com que ele entenda o que deseja.Caso tenha ouvido algo errado, tente reformular o que achou que ouviu. Por exemplo: “Você quer apenas notas de R$100?”.Sempre peça permissão antes de fazer algo que possa chamar a atenção do assaltante. Por exemplo: “Preciso colocar a mão debaixo do balcão para pegar as chaves. Tudo bem?”.Nunca faça perguntas que não sejam relevantes à confusão causada pela pergunta do criminoso.Fale diretamente e apenas quando necessário. Normalmente, durante um assalto, a vítima deve ficar calada. No entanto, o ladrão poderá realizar uma pergunta, exigindo que ela responda. Ser honesto e direto durante a resposta ajuda a manter a calma.[ Respostas longas em assaltos podem aumentar o estresse e o pânico.Ao responder, mostre obediência e disposiço a “ajudar” o meliante, para que uma sensação positiva seja passada a ele.Sempre responda de forma honesta.Nunca tente convencer o ladrão.Se ele perguntar onde o dinheiro está e como chegar até ele, responda da seguinte forma: “No cofre. Ele está atrás do balcão.”. Não entre em maiores detalhes sobre o dinheiro ou o cofre, ao menos que seja perguntado.Não ofereça resistência.
Assaltantes não querem brigar; isso só piorará a situação, fazendo com que você e as outras vítimas se machuquem ou algo pior aconteça. Durante o roubo, mantenha a calma e não tente terminar a situação interferindo no furto ou agredindo-os fisicamente. Movimente-se lentamente e com calma.
 Movimentos bruscos podem ser interpretados como algo ameaçador pelo criminoso.
 Tome nota da maior parte dos detalhes que puder. Lembre-se da aparência do criminoso. Tente recordar a altura, o peso, a roupa e outros aspectos que possam distingui-lo.Recorde as ações do assaltante. Relembre o que ele fez e em qual ordem.Não faça contato visual ou fique encarando-o. Dê apenas algumas olhadas rápidas.Caso ache que possa estar em perigo durante a “coleta” de particularidades do meliante, pare.Quando o ladrão for embora, ligue para a polícia e tranque todas as portas. Coopere com a polícia e explique os detalhes que conseguir lembrar.
1) No momento em que o bandido tira o revolver da cintura ou anuncia verbalmente o assalto, a vitima não deve tentar fugir, correndo ou acelerando moto ou carro. Nesses casos normalmente o marginal faz um disparo na direção da vitima que tenta evadir-se.
2) Jamais reaja, pois 80% das vítimas que tentaram impedir um assalto foram baleadas.
3) Não realize movimentos bruscos, pois o criminoso pode imaginar que você esta esboçando uma reação ou tentando pegar uma arma de fogo.
4) Iniciado o roubo permaneça imóvel, mostrando sempre as mãos e siga as determinações do bandido.
5) Antes de realizar qualquer movimento (principalmente com as mãos) avise verbalmente o marginal para que ele não leve um susto e acabe acionando o gatilho do revolver.
6) Após anunciar o movimento que pretende realizar, faça-os de maneira lenta, sem afobação.
7) Não olhe para os olhos do marginal, pois isso pode irritá-lo, tornando-o ainda mais tenso.
8) Não tente negociar bens num momento tão crítico e perigoso. Pense somente na sua integridade física e mental e por isso entregue todos os pertences que o marginal ordenar.
9) Mesmo que você tenha certeza que o ladrão possui uma arma de brinquedo, não tente dominá-lo, pois eles sempre estão acompanhados e o comparsa pode te ferir pelas costas.

sábado, 9 de julho de 2016

Carência Afetiva

"Faz parte do meu respeito pelas pessoas expor-me ao perigo de dizer-lhes a verdade"

Descreve-se carência como algo necessário,privação, seja alimentar,seja afetiva.
Vamos nos deter na carência afetiva, essa que ouvimos tanto falar: A carência ver amor onde não existe.
 Se você espera que alguém lhe dê a mão para ter carinho e atenção, você é uma pessoa carente!


 A carência emocional faz com que as pessoas sejam menos seletivas e acabam entrando às cegas em relacionamentos que se transformam em sofrimento assim que termina a fase cativante da paixão, pois a carência faz você enxergar flores onde tem espinhos.
Quando nos sentimos carentes, e não sabemos lidar com isso, é comum embarcarmos em relacionamentos confusos ou falidos, a expressão ‘estou carente’ corresponde também a um pedido de atenção e afeto.
Algumas vezes os carentes terminam saindo com pessoas que querem apenas usá-las, para alimentar a sua tara, e nessas saídas acabam sendo machucados por esse outro que apenas quer saciar seu desejo momentâneo, o ser carente que estamos falando, machucando fisicamente ou afetivamente ou os dois, e aí o carente percebe-se como algo sem valor, usado, muitas vezes dependendo de onde mora, difamado.
Existe um estado de vazio, tristeza, falta de carinho, um poço sem fundo que nunca, absolutamente nunca, é preenchido.
 Voce pode até está em um relacionamento, mas a carência quer sempre mais de voce, e como um vício, para alguns, estes se envolvem em outros relacionamentos, mesmo estando com um parceiro fixo, a carência não vê barreiras, faz com que a pessoa queira sempre atenção, atenção e mais atenção.
Nada é suficiente, adultérios, saídas e novas experiências. E quando o sexo acaba a pessoa no momento se sente feliz, e muitas vezes depois segue um sentimento grande de culpa, outras vezes vontade de jogar tudo para o alto e viver um relacionamento com aquela pessoa que lhe causou sensações jamais experimentadas.
E muitas vezes isso acaba em grandes desastres, como vemos em crimes passionais, em triângulos amorosos, etc.
Os grandes causadores da carência são: insegurança, medo de solidão e falta de amor-próprio.

Por causa dessa crença ficamos menos seletivos, acabamos por entrar às cegas em relacionamentos que se transformam em sofrimento, assim que termina a fase do encantamento e da sedução.
Nos vemos envolvidos com pessoas difíceis, ciumentas demais, exploradoras, insensíveis, desrespeitosas, com uma personalidade muito distante daquilo que pretendíamos ter ao nosso lado. 
Mas a carência cega, e quando vemos a pessoa sem  esse filtro, caímos na nossa realidade, de que ela não é o que parecia ser.
E por medo da solidão, na ilusão de que estar com alguém estaremos a salvo da carência, não nos damos conta de que continuamos esvaziados de afeto, mendigando amor e atenção. 
A carência afetiva pode ser intensa, pode durar um período curto ou longo, algumas pessoas vivem no estado de carência uma vida inteira.
As pessoas que parecem ser agressivas e terem ‘gênio forte’ usam esse tipo de argumento para obter maior atenção e carinho do que estão dispostas a dar, é uma forma de defesa. 
O prejuízo do passado,ou seja pessoas carentes, tiveram histórias de rejeição em algum momento importante em suas vidas, e isso terá de ser recuperado nos relacionamentos afetivos atuais, de forma que receber mais do que dar estaria justificado por essa situação de carência.

Em vez de pedir amor e atenção, talvez se devesse ocupar em cuidar de si mesmo e se valorizar, em vez de passar uma vida tentando agradar. A retribuição virá espontaneamente. Se não vier, isso significa que a relação afetiva se partiu e não há nada mais que se possa fazer. 
E se caso a pessoa cair em si e perceber que foi usada por outra devido a seu estado de carência, nada de se entregar ao pessimismo, baixar a cabeça, pelo contrário levante-se, canalhas existem muitos e se aproveitam dessas pessoas.
O que passou, passou vire a página, não é fácil, mas mesmo com dor, vire a página, ande de cabeça erguida, procure focar sua atenção em outras coisas e pessoas, como amigos, família, grupos, isso fará voce carente, mudar o foco, percebendo que há muito o que se construir na vida. E quanto àquela pessoa que te feriu e te usou, tente esquece-la, não é fácil, mas tente.

A melhor forma de descobrir como se livrar da carência afetiva é através de ajuda psicológica. O especialista vai tentar descobrir onde está a raiz do seu problema e tratá-lo da maneira mais adequada.
Algumas vezes, o tratamento é mais simples do que se imagina, algumas vezes leva tempo. Mas a verdade é que não dá, de jeito nenhum, para deixar esse tipo de problema passar em branco.

Não se deve mendigar amor, atenção, afeto. Ou uma pessoa está encantada comigo, e estará disposta a ser amorosa e dedicada de forma espontânea, ou eu devo fazer uma séria autocrítica. 
Não esqueça que a carência é uma droga também, igual a essas ilícitas, quando estamos perto do que nos atrai esquecemos tudo e reincidimos, portanto distância de pessoas que sorrateiramente  tentam nos seduzir, o carente que já passou por experiências dolorosas, se pensar friamente saberá  distinguir quem se aproxima por amizade, daquele que se aproxima para se aproveitar, porque esses últimos a máscara cai ocasionalmente, e o verdadeiro caráter surge, nem que seja por um breve momento.