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domingo, 28 de setembro de 2008

Birra e manha podem ser doença


Há algum tempo atrás a birra e a manha nas crianças explicavam todos os comportamentos das crianças e deviam ser corrigidos com broncas,castigos ou palmadas,sabe-se hoje que algumas crianças podem sofrer com vários problemas emocionais.
Estudos revelam que os transtornos ansiosos atingem entre 9% e 15% das crianças e adolescentes.Os mais comuns são o de ansiedade de separação( 4%), o de ansiedade geral (2,7% a 4,6%), e as chamadas fobias específicas(2,4% a 3,3%). Vamos explicar alguns desses transtornos.


*Transtorno de Ansiedade Generalizada:
As crianças com transtorno de ansiedade generalizada(TAG) têm medo excessivo e sentimentos de pânico exagerados e irracionais diante de várias situações.Estão sempre tensas e muito preocupadas que os outros têm sobre seu desempenho.Precisam exageradamente que as pessoas demonstrem confiança e as tranquilizem. Têm dificuldade para relaxar,reclamam de problemas físicos sem causa aparente e têm sintomas como palidez, suor excessivo, respiração acelerada, tensão muscular. Tendem a ser autoritárias quando querem que os outros a tranquilizem.
A criança pergunta o tempo todo se o que as pessoas dizem é verdade, se recusa a iniciar qualquer atividade nova, pede para alguém verificar a lição a cada trecho terminado,mostra-se muito aborrecida e angustiada com o que pensam os colegas de escola sobre ela.
Todo o tempo preocupa-se ora com uma coisa , ora com outra, causando tensão e irritação nas pessoas pelo absurdo da situação, sendo difícil acalmá-la.
O início deste transtorno costuma ser imperceptível e depois vai se agravando até se tornar incontrolável.
*Transtorno de ansiedade de separação:
Quando a criança ou adolescente reage de forma excessiva ao afastamento dos pais ou de quem toma conta dela, e essa reação perdura por pelo menos um mês causando sofrimento intenso e prejudicando suas atividades, é preciso verificar se ela não está sofrendo de transtorno de ansiedade de separação.
As crianças ou adolescentes com esse transtorno têm medo de que algum acontecimento ruim (acidente, sequestro, assalto, doença, etc...) os afaste definitivamente de seus cuidadores.
Por causa disso, demonstram apego excessivo, não permitindo o afastamento ou telefonando o tempo todo para saber se os pais estão bem. Em casa, querem companhia para dormir e resistem ao sono, que consideram uma separação sobre a qual não têm controle. Muitas vezes têm pesadelos sobre a perda dos pais e sofrem muito quando têm que ir para a escola,mesmo que gostem e estejam adaptadas ao ambiente escolar.
As reações diante do afastamento dos pais podem incluir dor abdominal e de cabeça, náusea e vômitos, além de palpitações, tontura e sensação de desmaio, nas crianças maiores, causando grande estresse pessoal e familiar. A criança sente-se humilhada e medrosa, tem sua auto- estima reduzida e pode chegar a ter problemas na vida adulta, principalmente Transtorno de Pânico.
*Fobias:
Fobias são medos excessivos e persistentes relacionados a determinados objetos ou situações específicos.
Diante da situação de que tem medo, a criança corre para perto dos pais ou de alguém que a faça se sentir protegida e tem reações de choro, desespero, imobilidade, ou agitação, ou até mesmo um ataque de pânico.
É comum e saudável que as crianças tenham medo de pequenos animais, injeção, escuridão, altura e barulhos altos.
Mas quando reagem de forma excessiva, sem controle, e essa reação é persistente e prejudica suas atividades, é preciso buscar tratamento.


Fobia Social:
Até os dois anos, o medo de estranhos é considerado natural. Mas depois dessa idade, se as crianças têm medo contínuo e intenso da avaliação de outras pessoas, ou se comportarem de maneira considerada humilhante ou vergonhosa ( todo mundo vai olhar para mim, e se eu fizer algo errado?) , podemos suspeitar de um transtorno conhecido como fobia social, expresso por choro,acessos de raiva, e recusa em se relacionar com pessoas que elas não conhecem.
Crianças com fobia social sofrem ao falar em sala de aula, comer na cantina com os colegas, ir a festas, usar banheiros públicos, falar com professores,e até conversar e brincar com outras crianças. Nessas situações, elas freqüentemente sentem palpitações, tremores, calafrios e calores súbitos, suor excessivo e naúsea.
É comum que também tenham depressão.


Ansiedade:
É um sentimento vago de medo, apreensão, uma tensão diante do perigo ou de algo desconhecido ou estranho.
Nas crianças, a ansiedade tanto pode ser transitória, como pode se agravar e exigir cuidados especiais.
Consideram- se patológicos a ansiedade e o medo que são:


# desproporcionais em reação à situação que incomoda;


# estranhos para a idade da criança


# prejudiciais para sua qualidade de vida, conforto emocional ou desempenho diário.


A ansiedade pode ser uma doença em si mesma, ou um sintoma de outros problemas emocionais como depressão, psicose, transtornos do desenvolvimento etc. Os especialistas afirmam que cerca de metade das crianças com transtorno de ansiedade têm também outro transtorno emocional.
Como quase todos os problemas emocionais, a ansiedade pode ser causada por vários fatores ligados à herança genética e as características do ambiente, cada um com o peso diferente para cada criança.Se não forem tratados os transtornos de ansiedade podem se tornar crônicos e, mesmo que às vezes pareçam melhorar, retornam em novas situações.
Quanto mais cedo os transtornos de ansiedade forem identificados e tratados, maiores as chances de evitar que eles tenham repercussão negativa na vida da criança, como baixo rendimento e evasão escolar, surgimento de doenças e de , possivelmente, problemas psiquiátricos na vida adulta.
O que fazer:
+ Observe atentamente o comportamento da criança, registrando com o máximo de detalhes as suas reações e relacionando as situações, procurando descobrir do que ela tem medo, com que intensidade, há quanto tempo, qual a situação que deu início a esse comportamento.
+ Procure saber dos professores como a criança se comporta na escola.
+Na dúvida, busque ajuda de um psicólogo.
+Participe do tratamento psicoterápico, cumprindo o que for combinado.
+Se os sintomas forem graves (o psicólogo saberá dizer), procure um psiquiatra porque pode ser necessário entrar com medicação.
+Pais, professores, terapeuta e médico, devem estar de acordo com relação aos objetivos e métodos do tratamento.
+Se a criança parou de ir à escola, é preciso que ela retorne o mais rápido possível, de forma gradual e respeitando as suas limitações e o seu sofrimento.
+A família precisa ser consciente do problema e do tratamento proposto, para que todos incentivem a criança a recuperar sua autonomia, da maneira combinada.
+Compreenda, abrace, beije, converse, mas não deixe de impor, com firmeza, disciplina e amor, os limites necessários à formação da criança.


O que não fazer:
- "Diagnosticar" o problema sem uma análise criteriosa: " é birra", " umas palmadas vão dar jeito" etc.
- Expor a criança às situações das quais tem medo sem orientação profissional, ou pior, usando de violência ou sarcasmo.
- Desqualificar a criança, fazendo com que ela se sinta inferior.
- Demonstrar irritação, impaciência.
- Deixar de buscar ajuda profissional até que o problema fique tão grave que afete o equilíbrio emocional de que cuida a criança, causando ainda mais danos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tensão e Estresse causam Bruxismo


Apertar e ranger os dentes quando não está mastigando é uma disfunção que atinge, em média, 15% da população.São muitos os fatores, físicos e emocionais,inclusive genéticos,que levam a pessoa a apertar inconscientemente os dentes de forma sistemática e constante.Em geral esse hábito começa durante o sono (bruxismo),podendo estender-se também ao período em que a pessoa está acordada(briquismo).
O bruxismo e o briquismo estão relacionados ao estresse em 100% dos casos.Segundo os dentistas,todos os pacientes com sintomas de bruxismo têm a tensão emocional aumentada. Stress,depressão,uso de drogas,ansiedade,medo e expectativas incertas sobre o futuro,por exemplo, são fatores que podem desencadear o problema.Um alinhamento incorreto dos dentes e o consequente fechamento inadequado da boca também estão presentes na maior parte dos casos,mas dificilmente são suficientes para causar o aperto constante dos dentes.
A pessoa aperta os dentes numa tentativa inconsciente do organismo de livrar-se da tensão emocional e, ao fazê-lo, o corpo "percebe" que os dentes não estão alinhados adequadamente, esforçando-se por cumprir a "ordem" de cerrar os dentes.Está delineada a situação que pode acabar causando sérios problemas físicos e emocionais.
Dores de cabeça crônicas são o sintoma mais comum,elas surgem como consequência da contração excessiva dos músculos da mastigação,podendo atingir o rosto,pescoço,ouvidos e até ombros.O período crítico de dor ocorre pela manhã (se há predomínio do bruxismo) ou à tarde (se a pessoa desenvolveu briquismo).
Outro problema decorrente do ranger de dentes são disfunções na articulação da mandíbula, que , além de doer,pode estalar,travar,restringir a abertura da boca e até desviar-se para o lado no ato de abrir ou fechar a boca.Também são frequentes a dor e o desgaste dos dentes.A dor é maior pela manhã e o desgaste pode chegar à gengiva.Em dentes mais frágeis,que têm ou tiveram cáries, o ranger pode provocar a quebra.Se o problema não é tratado e a gengiva inflama,pode ocorrer uma perda do suporte ósseo dos dentes, que se tornam móveis.
A qualidade do sono também é seriamente prejudicada, o que causa cansaço constante,agrava a tensão emocional e, consequentemente,o bruxismo ou briquismo.
É muito comum que as crianças desenvolvam o hábito do bruxismo em razão das alterações no alinhamento dos dentes causadas pela troca dos dentes-de-leite pelos definitivos.
Cerca de 15% delas apresentam a disfunção.Nesse caso o bruxismo tende a desaparecer normalmente com o tempo.O uso de uma placa para dormir moldada pelo dentista pode minimizar a disfunção ou mesmo resolver o problema.
Em geral, no início a pessoa não percebe que tem bruxismo e/ou brinquismo.Só quando a disfunção se instala e se agrava ou quando alguém,em geral marido ou esposa,percebe o ruído,é que ela toma consciência do problema.A falta de informação pode ainda levar a pessoa a demorar para procurar ajuda, o que agrava em muito as consequências.
O diagnóstico geralmente é feito depois que surgem algumas dessas complicações.
O dentista então deve fazer uma verificação completa na boca e propor um plano de ação para eliminar as causas da mordida imperfeita.Pode ser necessário,inclusive,usar um aparelho ortodôntico para criar ou restaurar o alinhamento dos dentes.
O bruxismo ou briquismo são um "termômetro psicológico" instalado na boca.Para eliminar essas disfunções,é necessário identificar as causas da tensão e , na medida do possível,reduzi-la ou eliminá-la.
A dica é:
-Pratique esportes
-Faça ioga e exercícios de relaxamento
-Busque tratamento para os distúrbios psiquiátricos causadores desses transtornos, como depressão e ansiedade.
-Faça psicoterapia.
-Feche bem a boca.
-Use placas de acrílico moldadas pelo dentista, caso necessite.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Evolução do Pensamento Infantil entre 0 e 7 anos


*Egocentrismo: É uma centração da criança sobre si mesma, registrado no início da vida,quando a criança é auxiliada em tudo,é inconsciente dos 2 aos 4 anos, e torna-se visível dos 4 aos 7 anos.
Nesse estágio a criança quer todos os brinquedos para si, ser a primeira em tudo, ser o centro das atenções.É superado à medida que a criança toma consciência da realidade e começa a pensar no outro, a partir dos 7 anos,quando se torna capaz de iniciar a descentralização de seu mundo,se for bem orientada,aos 11 anos supera seu egocentrismo.
*Indiferenciação:É a ausência de percepção para o valor de si próprio,dos outros e das coisas, apresenta-se de forma primitiva e radical dos 2 aos 4 anos,revela-se fortemente na fase de 4 a 5 anos, e atenua-se entre os 6 e 7 anos.Nessa fase a criança não percebe como pode agir sobre as coisas,ela não tem uma idéia exata de como as coisas agem umas sobre as outras, não consegue diferenciar as coisas de seu significado.
Somente a partir dos 7 anos a criança torna-se capaz de iniciar o processo de libertação de seu indiferentismo, se for bem orientada,ela supera essa característica à medida que descobre a realidade.
*Animismo:É a atribuição de vida e consciência a todas as coisas que a rodeiam,ocorre pela não distinção entre o eu e o mundo exterior.A criança supõe que seus brinquedos são vivos,que os animais entendem sua fala,que as plantas choram,etc...
É por volta dos 7 anos,à medida que vai descobrindo a realidade que o animismo é superado.
*Artificialismo:É a colocação de um agente fabricador na origem das coisas.A criança considera os homens responsáveis pela existência de todos os objetos que ela observa no mundo exterior,acredita que os homens fazem com que as coisas apareçam e que essas coisas são mais ou menos vivas e conscientes.Vai diminuindo a partir dos 7 anos também.
*Finalismo:Surgem em crianças de 4 aos 7 anos.É o interesse acentuado no para que serve as coisas e as pessoas, em detrimento de como elas são ou funcionam.A criança age com a finalidade de agradar ou desagradar, obedecer ou desobedecer seus companheiros ou rivais,ela brinca,constrói,observa os adultos realizarem operações técnicas,mas não capta o mecanismo utilizado.
Tende a desaparecer a partir dos 7 anos.
*Imitação:É a forma natural com que a criança constrói seu pensamento e origina suas ações,a linguagem da imitação através de gestos é dominante até os 7 anos.


A criança gosta de imitar mesmo o que não entende,sua ação sempre tem origem na ação do adulto,através da imitação, a criança revela seu meio familiar, os colegas e os adultos que a cercam.A partir dos 7 anos, fase em que o pensamento da criança evolui e sua capacidade de imitação começa a se tornar consciente, a mesma tende a superá-la.



*Afetividade Autocentrada:É a capacidade de experimentar emoções e sentimentos,centrada em si mesma.Na criança de 0 a 2 anos, necessita de muito afeto embora quase não demonstre,de 2 a 4 anos ela precisa de bastante carinho, principalmente dos pais,por ser egocêntrica,quer todo carinho para si.Já dos 4 aos 7 anos,revela grande necessidade de ser amada,através de gestos de carinho dos pais,a criança confia inteiramente que eles a amam.Caso semelhante se dá com os professores ou outras pessoas que se dedicam a ela.É superada a partir dos 7 anos quando a criança começa descobrir o seu valor e o do outro e a afetividade vai se tornando menos egocêntrica.