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sábado, 14 de julho de 2012

Solidão, e as redes sociais

A solidão é um estado interno, a princípio um sentimento de que algo ou alguém está faltando. Uma sensação de separatividade e desconexão  que numa visão espiritualista é a separação de Deus, Eu Superior, Self, Vida ou o Todo.
 Atualmente, existem em algumas cidades muitas pessoas que já moram só e que apresentam um a vida bastante independente. Não podemos dizer que são pessoas solitárias, desde que elas se sintam em paz com essa situação. Entretanto, o que se mostra é que o sentimento de solidão pode estar presente em qualquer lugar ou situação. A pessoa pode sentir solidão durante uma festa com os amigos, no trabalho e até mesmo dentro de casa com a própria família.
A necessidade de vínculo social significativo, e a dor que sentimos sem ele, são características definitivas da nossa espécie. A intensidade da dor do isolamento, entretanto, pode variar de pessoa para pessoa.
Cerca de 50% da capacidade de sentir solidão é hereditária, mas isso não significa que seja determinada pelos genes. Um percentual similar está relacionado a fatores ambientais. O que parece ser hereditário, no entanto, é a intensidade da dor que cada um sente ao se ver socialmente isolado. 
Estar sozinho não quer dizer sentir-se sozinho, mas separar-se temporariamente do mundo das pessoas e das coisas, das ocupações cotidianas, para entrar novamente na própria interioridade e na própria imaginação – sem perder o desejo e a nostalgia da relação com os outros: com as pessoas amadas e com as tarefas que a vida nos confiou. Estamos isolados, ao contrário, quando nos fechamos em nós mesmos, porque os outros nos rejeitam ou mais frequentemente no rastro da nossa própria indiferença, de um egoísmo tétrico que é o efeito de um coração árido ou seco.
 Hoje existe a solidão interativa, onde cada vez mais pessoas, se conectam em busca de amigos, como diz uma frase no próprio Facebook: "Eu gosto do meu computador porque meus amigos vivem lá", e é verdade, cada vez mais estamos solitários , marcamos encontros e desmarcamos, sentimos preguiça de sair já que é cômodo encontrá-los em casa mesmo, na internet.  
Compartilhamos músicas, frases, posts, fotos e muito da nossa privacidade atrás de algo fugaz. De algo, temporário e curto. Não nos aprofundamos em nada, somos visuais e querendo que os outros entendam tudo das entrelinhas, dos discursos rasos e da falta de assunto.Somos um add, um request, um like.
 As redes sociais capturam os EU's solitários, criando um ambiente aconchegante. Na internet, a  distância das pessoas que amamos ameniza-se graças à tecnologia. O medo de  relacionar-se, de estabelecer intimidade, minimiza-se pela facilidade de afastar-se quando desejar, garantida pela possibilidade de desligar o computador.

Saber que há outras tantas pessoas na mesma condição acalenta. 
 A possibilidade de ter alguém  "online" para te resgatar da solidão, divertem e preenchem o tempo conforta. O direito de participar do cotidiano daqueles que, por força das circunstâncias, estão longe ameniza a saudade. Essas e outras motivações explicam a atratividade das redes sociais.
Para a terceira idade, as redes sociais tem sido de grande utilidade aos que se aventuram em conhecê-la. A "descoberta" ajuda a afastar a solidão e o tédio, pondo os idosos em contato com parentes e amigos que moram longe ou perderam o contato, dizem especialistas.
O Facebook, que foi criado nos anos 2000 com foco nos  jovens, não dispõe de estatísticas por faixa etária, mas professores de informática constataram que é cada vez mais comum a procura de cursos por idosos em busca de alguém que os ensine a acessar as redes.

Por trás da tela de cristal líquido batem corações. Por trás de cada "enter" existe uma falsa sensação de pertencer. As formas de não existir e de se fazer presente se multiplicam. O tempo se reduz. As palavras também. Abreviamos palavras porque não temos tempo. Somos ocupados. Nos dedicamos ao culto egocêntrico, pela chance que queríamos ter, e não soubemos saber.
Somos antenados, conectados, formadores de opiniões alheias e sem importância.
E somos felizes por isso?
É o preço da era digital, e só o tempo poderá dizê-lo.

2 comentários:

Rangel disse...

Olá, parabéns pela abordagem do tema nesta publicação. Muto sucesso é o que desejo, um grande abraço.

Anônimo disse...

Super legal...