Na América do Norte e na
Europa, uma parcela significativa da população se comporta de maneira estranha
em sextas-feiras 13. Nesse dia, essas pessoas não entram em aviões, não dão
festas, não se candidatam a empregos, não se casam, nem iniciam um novo projeto.
Algumas dessas pessoas nem vão trabalhar. Nos Estados Unidos, cerca de 8% da
população tem medo da sexta-feira 13, uma condição conhecida como
parasquavedequatriafobia. A "sexta-feira 13", como conhecemos,
está enraizada em muitas tradições e culturas.
A superstição acerca da sexta-feira 13 é na verdade uma combinação de dois
medos separados: o medo do número 13, chamado triskaidekafobia,
e o medo de sextas-feiras. A fonte mais familiar de ambas as fobias é a teologia
cristã. O treze é significativo para os cristãos porque é o número de pessoas
que estavam presentes na última ceia (Jesus e seus 12 apóstolos). Judas, o
apóstolo que traiu Jesus, foi o décimo terceiro a chegar.
Os cristãos, tradicionalmente, têm mais cautela com as sextas-feiras por
Jesus ter sido crucificado nesse dia. Além disso, alguns teólogos dizem que Adão
e Eva comeram o fruto proibido em uma sexta-feira, e que o grande dilúvio
começou em uma sexta-feira. No passado, muitos cristãos não iniciavam nenhum
novo projeto ou viagem em uma sexta-feira, por medo de que o esforço fosse
condenado desde o princípio.
Os marinheiros eram particularmente supersticiosos nesse sentido e costumavam
recusar-se a embarcar em sextas-feiras. De acordo com uma lenda, no século 18, a
Marinha Britânica comissionou um navio chamado H.M.S. Friday (sexta-feira em
inglês) com a intenção de suprimir a superstição. A marinha selecionou a
tripulação em uma sexta-feira, lançou o navio em uma sexta-feira e até escolheu
um homem chamado James Friday para ser o capitão do navio. E assim, em uma manhã
de sexta-feira, o navio partiu em sua primeira viagem - e desapareceu para
sempre.
Alguns historiadores culpam a desconfiança dos cristãos com as sextas-feiras
em oposição geral às religiões pagãs. A sexta-feira recebeu seu nome em inglês
em homenagem a Frigg, a deusa nórdica do amor e do sexo. Essa forte figura
feminina, de acordo com os historiadores, representava uma ameaça ao
cristianismo, que era dominado por homens. Para combater sua influência, a
igreja cristã a caracterizou como uma bruxa, difamando o dia que a homenageava.
Essa caracterização também pode ter tido um papel no medo do número 13. Foi dito
que Frigg se uniria a uma convenção de bruxas, normalmente um
grupo de 12, totalizando 13. Uma tradição cristã semelhante considera o 13
amaldiçoado por significar a reunião de 12 bruxas e o diabo.
Alguns ligam a infâmia do número 13 à cultura nórdica antiga. Na mitologia
nórdica, o amado herói Balder foi morto em um banquete com o deus do mal
Loki, que se infiltrou em uma festa de 12, totalizando um grupo
de 13. Essa história, bem como a história da Santa Ceia, levam a uma das mais
fortes conotações do número 13. Nunca se deve sentar-se à mesa em um grupo de
13.
Outra parte significativa da lenda da sexta-feira 13 é a sexta-feira 13
particularmente ruim ocorrida na idade média. Em uma sexta-feira 13 de 1306, o
Rei Filipe da França queimou os reverenciados cavaleiros templários, marcando a
ocasião como um dia do mal.
Algumas pessoas adquirem o medo da sexta-feira 13 por causa de má sorte que
tiveram nesse dia no passado. Se você se envolver em um acidente de carro em uma
sexta-feira 13, ou perder sua carteira, o dia ficará marcado para você. Mas se
pensarmos bem, coisas ruins (como derramar o café ou problemas mais sérios)
ocorrem todos os dias, portanto, se você procurar por má sorte em uma
sexta-feira 13, você provavelmente encontrará.
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