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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Bullying, a violência que atinge muitas crianças


Todos os dias pessoas do mundo todo sofrem com um tipo de violência que ocorre disfarçada de "brincadeira", mas que causa dor, angustia e sofrimento.
É o chamado bullying (deriva de bully, que significa "valentão"),que são os atos de agressão física ou psicológica, sem motivação, intencionais e repetidos,praticados por uma pessoa ou grupo de pessoas com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa ( ou grupo).
Pesquisas recentes revelam que esse comportamento pode acarretar sérias consequências, como a diminuição da auto-estima e as dificuldades de relacionamento.
Segundo o Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar, no Brasil esse tipo de violência atinge 45% de alunos do ensino fundamental, entre agressores, vítimas e vítimas/agressores (é frequente a vítima também praticar bullying contra uma terceira pessoa ou grupo).
As principais vítimas são crianças em torno dos 11 anos e com alguma característica marcante ( obesidade, baixa estatura etc.). Em geral, são meninos e meninas tímidos, com poucos amigos, que têm dificuldade em reagir contra as agressões e um forte sentimento de insegurança que os impede de pedir ajuda.
Os agressores costumam ter entre 13 e 14 anos, capacidade de liderança e gosto em mostrar poder.Em muitos casos são mimados pelos pais, que exercem pouca ou nenhuma supervisão sobre suas atividades. Cerca de 60% são meninos.
Já as testemunhas, a grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam pelo medo de se tornarem as "próximas vítimas".
O bullying ocorre sempre num relacionamento em que há desequilíbrio de poder entre agressor e vítima e pode ser:
  • Físico: Agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, perseguir.

  • Material: Quebrar pertences, roubar.

  • Moral: Difamar, caluniar, espalhar fofocas.

  • Psicológico: Amedrontar,aterrorizar, discriminar,excluir,ignorar,intimidar,isolar,tiranizar.

  • Sexual: Abusar,assediar,insinuar.

  • Verbal: Apelidar,criticar,gozar,humilhar,ofender,xingar,ridicularizar.

  • Virtual: Praticado por meio do celular ou internet,como mensagens de texto,blogs e sites.

  • Direto: Em geral praticado por meninos (roubo do lanche,destruição ou quebra de pertences da vítima,agressão).

  • Indireto: A forma preferida das meninas e crianças pequenas, que força a vítima ao isolamento social por meio de fofocas e da recusa em socializar-se com ela.
Os principais sinais de que a criança está sendo vítima são:

-A criança começa a arrumar motivos ou desculpas para não ir à escola.

-Pede para mudar de sala ou de escola sem motivo.

-Tem medo de ir ou de voltar sozinha da escola.

-Está desmotivada, tem queda de rendimento ou dificuldades de concentração e de aprendizagem.

-Para de falar sobre a escola.

-Volta da escola irritada ou triste, machucada ou com as roupas ou materiais sujos ou danificados.

-Muitas vezes parece contrariada, deprimida, aflita.

-Tem dificuldade em relacionar-se e em fazer amizades, ou troca de amizades subitamente.

-Age de forma estranha, isola-se e não quer contato com outras pessoas a não ser familiares.

-Tem problemas para dormir e tem mudanças de humor.

-Tem comportamento agressivo em casa ( às vezes que sofre bullying pode descontar nos irmãos).

As vítimas, dependendo de suas características individuais e de sua relação com os ambientes em que vivem, em especial a família, podem não superar os traumas sofridos na escola.Dificuldades em tomar iniciativas ou de se expressar e sentimentos negativos - especialmente baixa auto-estima, causados ou agravados pelo bullying- irão atrapalhar seus relacionamentos pessoais e profissionais.

Postura que os pais podem tomar:

+ Escute seu filho, redobre sua atenção ao que ele diz.

+Converse com ele.Tente uma sondagem, perguntando, por exemplo,"como você se sente quando está na escola?"

+ Lembre-se de abraçá-lo sem motivo, apenas pelo prazer de estar com ele.

Se seu filho está sendo, de fato,vítima de bullying na escola:

- Leve o assunto a sério.

-Não pense que o bullying acabou porque seu filho parou de falar sobre ele.

- Encoraje-o a conseguir aliados entre os colegas.

- Sugira maneiras de ele reagir ao agressor com firmeza.

-Lembre-o de pedir a ajuda de um adulto.

-Reforce a autoestima dele, lembre-o de que você o ama.

- Procure a escola e os outros pais e conte o que está acontecendo, mesmo que seu filho seja contra a ideia.

O que não fazer:

-Dizer a ele que o que está ocorrendo é normal.

-Dizer que ele está muito sensível.

-Culpá-lo pelo bullying.

- Dizer que os colegas estão apenas brincando.

Mais difíceis de detectar, os sinais de que a criança pode estar praticando bullying são:

+Não se importa com as notas, trabalhos, deveres , etc.

+Volta da escola com ar de superioridade, mostrando ou tentando impor sua autoridade.

+Não tolera situações ou aspectos das pessoas que o desagradam.

+Costumam resolver problemas usando força física ou psicológica.

+É hostil, desafiante e agressivo com os pais e irmãos.

+Volta da escola com objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.

Se seu filho pratica bullying:

+Não ignore o fato ou procure desculpas para as suas atitudes.

+Observe-o atentamente sem críticas.

+Converse com ele com muita tranquilidade e calma, buscando encontrar as razões do bullying.

+Reflita sobre o modelo de educação que você está oferecendo.

+Não bata ou imponha castigos muito severos, que só provocam raiva e ressentimento.

+Procure psicólogos ou profissionais que possam auxiliá-lo.

+ Dê a ele segurança e amor.

+Incentive a mudança de atitude e elogie cada conquista.

+Procure a direção da escola.

O que a escola pode fazer:

* Conscientizar.

*Oferecer atividades que trabalhem valores como a tolerância e a solidariedade e canalizem a imensa energia própria da idade.

*Ensinar os alunos a conviver e respeitar as diferenças.

*Monitorar permanentemente pátios,banheiros, a hora do recreio etc.

Ao escolher uma escola, pergunte sobre o bullying.Se a instituição não conhece o assunto, não desenvolve programas para coibir ou afirma que nunca houve bullying entre seus alunos, evite-a.

Aqueles que praticam bullying podem levar para a vida adulta o mesmo comportamento, adotando atitudes agressivas com a família ou no ambiente de trabalho.

4 comentários:

Anônimo disse...

Querida, não sei se não tinha olhado nos conmentários do post anterior. Mas deixei o seguinte recado:"Parceria aceita. Tá add!
Quando tiver me adicionado, deixa um recado.
Não pude ler seu post, mas, retornarei e o farei.

Abs"

Fico no aguardo do seu retorno.

Anônimo disse...

Bom dia Silvia

Estudo psicologia Há quase oito anos e atuo também como educadora, pois sou formada em Pedagogia. Não penso que seja negligenciado, poucas pessoas sabem sobre o " Bullying".

Nem mesmo professores das escolas têm esse conhecimento e discernimento.

No Brasil praticamente não existem bibliografias que falem sobre o Bullying.

Penso que talvez seria o caso de melhor divulgar, esclarecer, preparar, treinar, orientar pais e educadores.

Abraço amigo,

Silvia Segatto
Atualizada em: Friday, 30 May, 2008 - 13:04

Anônimo disse...

Estimadas!
Sou educadora por formação. Atuei muito pouco em instituições formais (meu foco é organizacional), mas sempre estive muito presente da realidade dos infantis e jovens (primeiro com minha filha e agora, com o s netos, sempre que nos encontramos).

Sabemos que Bullying é um nome que se deu para situações que sempre existiram. Agora, por ter ficado, muitas vezes, fora de controle, começa-se a olhar o assunto de frente, dá-se um nome e pretende-se trabalhar e desenvolver estratégias para saber lidar.

Parabéns, Estimada Silvia R. , por trazer o assunto à tona aqui. Cara Silvia S. , muito grata, também, pelo convite para conhecer o tópico.

Eu tenho uma opinião formada em conjunto: são vários os fatores que influenciam para que a agressividade cresça assim vertiginosamente como está. E a única saída, continua sendo a comunicação, o esclarecimento, o apoio e a orientação precisa em todos os segmentos (vítima, agressor, mediador, pais, educadores).

Noutro dia assisti uma entrevista sobre violência escolar, onde se comentava do crescente número de meninas que estão batendo entre elas e nos meninos menores. Comentei sobre isso com meus netos, no final de semana. Alguns dias depois, um deles relatou que um colega (que é criado pela avó e não tem contato/conhecimento com os pais), subitamente, correu atrás de um colega que o insultou (fazendo referência ao fato), e ele, incontinenti, deu um soco no ofensor que fez com que o menino caísse desmaiado!! Imaginem a raiva contida, a cólera extravasada.

Agora, uma das origens, perdoem-me os que querem encontrar outros motivos (todos válidos, concordo), eu volto a comentar da importância dos adultos darem o exemplo. Em um lar onde todos assistem, diariamente, programas que ridicularizam modelos sociais, que riem de mendigos, que fazem piada com negros, que insultam autoridades, como querer que uma criança/jovem não externalize o gosto (aprendido) por ridicularizar os "diferentes"?
Trabalhar a origem, no meu entender, traz sempre resultados mais eficazes que atacar os efeitos.

No caso do menino agressor (não era seu comportamento usual), ficou com um semblante assustadíssimo, pegou sua "muchi" e saiu correndo. O caso ficou "entres as paredes" da Direção.

Anseio pelo momento em que os muros do preconceito caiam sempre mais.

Gratidão por poder comentar sobre isso.

Marize J.

Anônimo disse...

Olá, Silvia!

Como diretora de uma escola pública, no R.J, gostei muito do tema abordado.É realmente a realidade que vivemos na educação,fato que atribuimos a baixo au

to-estima e ao desinteresse das famílias,quando existem, somado aviolência das comunidades onde vivem.Entrei em seu blog e copiei as sugestões para trabalhar com nossos funcionários e professores.



Um grande abraço,

Heloisa.