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sexta-feira, 28 de março de 2008

Assédio Moral no Trabalho - Eu sofri (Artigo Atualizado)

Segundo os legisladores, o assédio moral, também conhecido por violência moral ou terror psicológico, é um tema que remonta muito tempo, tão antigo como o trabalho.
O conceito de assédio moral diz respeito à exposição do trabalhador a situações humilhantes, constrangedoras e vexatórias. Trata-se de um comportamento abusivo que ameaça a integridade física ou psíquica do trabalhador.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso X, dispõe que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Esse dispositivo é que ampara as ações judiciais que tratam do assédio em questão.
A dúvida aqui colocada, talvez seja a de muitos, é se um ato esporádico ocasionaria o assédio moral? É importante dizer que a configuração do assédio moral depende da conduta abusiva do assediador e que este ato seja reiteradamente cometido, gerando dano a integridade física ou psíquica do empregado, ameaçando ou até mesmo degradando o ambiente de trabalho. Entendemos, portanto, que um ato único e isolado não é capaz de configurar assédio moral, uma vez que se exige uma exposição humilhante prolongada da vítima e reiteração dos comportamentos hostis do assediador.
Como se trata de conduta dolosa, a intenção do assediador é torturar psicologicamente a vítima, visando forçá-la a pedir demissão ou até mesmo afastá-la do trabalho por motivo de licença médica, e, para alcançar tal finalidade, a perseguição moral deve ser sistemática e repetitiva.
Segue ementa do julgado do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região a respeito do assunto:"EMENTA: ASSÉDIO MORAL E DANO MORAL. GÊNERO E ESPÉCIE. O assédio moral é uma das espécies do dano moral. O dano moral é gênero. Nem todo dever de indenizar por danos morais é decorrente de assédio moral.
O assédio moral tem pressupostos muito específicos, tais como: conduta rigorosa reiterada e pessoal, diretamente em relação ao empregado; palavras, gestos e escritos que ameaçam, por sua repetição, a integridade física ou psíquica; o empregado sofre violência psicológica extrema, de forma habitual por um período prolongado com a finalidade de desestabilizá-lo emocionalmente. Se existir uma conduta ilícita do empregador, de forma isolada, seja durante a execução do contrato, seja na rescisão contratual, gera direito à indenização por dano moral, mas não decorrente de assédio moral.
O assédio moral, via de regra, não se consubstancia na prática de um ato único do empregador, ainda que contrário a direito. Isto não significa que não exista o dever de indenizar e nem o dano moral. O que não se pode é jogar situações díspares em uma vala comum.
Por conseguinte, o assédio moral é caracterizado pela reiteração da conduta abusiva, não se devendo confundir, é claro, com uma discussão esporádica no ambiente de trabalho. Os ataques verbais e as humilhações devem ser reiteradas e frequentes para configurar o assédio moral. As situações constrangedoras e as ofensas que ocorram uma única vez – ato esporádico - e que não tenham a finalidade de excluir a vítima do trabalho, não são capazes de evidenciar a ocorrência do assédio moral. Porém, nesses casos, os empregadores devem tomar muito cuidado com o instituto do dano moral.
Valores sociais como a simpatia, o encantamento, a boa relação com os demais são elementos que fazem de algumas pessoas excelentes companheiros de trabalho, qualidades que os ajudam a se destacar e a serem estimados pelos chefes que os promovem a postos de maior responsabilidade.

 No entanto, sua boa atitude, em algumas ocasiões pode se transformar em aspereza e perversão quando chegam ao poder.A surpresa é o primeiro indicador que nos coloca em alerta. O companheiro de mesa, talvez o amigo, se transforma em um ser desconhecido no momento em que chega ao poder, e a pessoa divertida e afável passa a ser egoísta, narcisista, irascível e manipuladora.Eles podem fazer parte de um problema que ocorre em vários níveis dentro de uma empresa, seja pública ou privada, conhecido no Brasil como assédio ou violência moral no trabalho.
Nas empresas públicas ela pode ser mais prolongada no tempo, por causa, por exemplo, da estabilidade no emprego. Nas privadas, não costuma demorar mais de um ano, por causa da maior mobilidade dos funcionários: aqueles que não suportam ser humilhados ou coagidos no seu ambiente de trabalho pedem demissão e os chefes que são finalmente identificados como violentos, podem ser realocados ou dispensados, sem a burocracia estatal.
Esta visão de um chefe psicopata  se aplica a estudos e casos no Brasil. O chefe não é um psicopata, é a instituição que se manifesta na forma de um terror administrativo. 
Psicopatas organizacionais,quando se fala de psicopatas não se refere a pessoas delirantes, nem com uma alteração da realidade que lhes faz viver em um mundo alheio ao dos demais.
Há provas de como pessoas absolutamente normais e sem patologias mentais são afetadas pelo poder, que as transforma em pouco tempo em personagens terríveis em suas relações com os demais. O setor público e as administrações públicas são os lugares que oferecem as características mais idôneas para que se este tipo de comportamento que favorece os psicopatas organizacionais se desenvolva.
 Um regime sancionador lento e burocrático garante a impunidade para suas condutas.
Esse tipo de pessoas que se tornam chefes tende a ingressar em corporações e empresas muito hierarquizadas, onde é permitido a eles desdobrar e expandir suas tendências agressivas e sádicas. 
Trata-se de indivíduos frios e calculistas que sob uma aparência positiva confundem e seduzem para alcançar seus objetivos.Todos podemos nos converter em um psicopata, o problema essencial é não sabê-lo e pensar que só os outros o são.
Os elementos situacionais e a pressão do grupo ajudam nisso. Não se trata só de uma questão de conduta.
Existem ainda outras causas que favorecem os indivíduos manipuladores como, por exemplo, as empresas que geram indiferenças em relação a atuações perversas com o mecanismo "obediência à autoridade". 
Assédio moral ou Violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho.
A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil.
Atualmente existem mais de 80 projetos de lei em diferentes municípios do país. Vários projetos já foram aprovados e, entre eles, destacamos: São Paulo, Natal, Guarulhos, Iracemápolis, Bauru, Jaboticabal, Cascavel, Sidrolândia, Reserva do Iguaçu, Guararema, Campinas, entre outros. No âmbito estadual, o Rio de Janeiro, que, desde maio de 2002, condena esta prática. Existem projetos em tramitação nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, Bahia, entre outros. No âmbito federal, há propostas de alteração do Código Penal e outros projetos de lei.
O que é humilhação? É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.

É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.
Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. 

A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, frequentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o 'pacto da tolerância e do silêncio' no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, 'perdendo' sua autoestima.
O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do 'novo' trabalhador: 'autônomo, flexível', capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita.

Estar 'apto' significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um sofrimento perverso.
A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental*, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.
A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos países desenvolvidos.

Depois dessa breve explicação inauguro 2008, revelando o que sofri durante cinco anos ,trabalhando em um hospital psiquiátrico, sob a supervisão de uma psicóloga imatura, recalcada e insegura, que com medo de perder seu cargo,me perseguiu e humilhou, levando a minha demissão.
Sendo meu primeiro dia, colocou-me para recolher dinheiro da cantina dos pacientes, um mês depois, acusou- me perante as outras psicólogas de estar furtando, inclusive de roubar dinheiro de sua bolsa, o caso foi para na direção que demitiu as verdadeiras culpadas para enfurecimento dessa mulher, pois se foram as verdadeiras cúmplices do esquema antigo naquela instituição.
Revoltada, passou a seguir- me pelo hospital, e criar fofocas a meu respeito, a soltar " piadas", ser absolutamente grosseira, quando eu lhe dirigia a palavra, e tinha que fazê-lo já que era minha supervisora, acreditem até por causa de time de futebol, a infeliz me perseguiu e humilhou.
Passou a procurar pessoas que se aliassem a ela para me prejudicar no trabalho, disse que a diretora do hospital não gostava de me ver, mentira, era medo de eu contar o que estava sofrendo.
Essa mulher, encontrou seus cúmplices, ao longo desses anos, passei por várias situações vexatórias, era sempre motivo de chacota, virei " bode expiatório" em muitas situações, pois como o hospital passava sempre por várias fiscalizações e recebia muitas denúncias de maus tratos a seus pacientes, acusavam-me de tê-lo feito .
Alguns funcionários, mesmo sem me conhecer, já não falavam comigo e quando passava a caminho dos pavilhões, era alvo de cochichos.
Chegou ao ponto, acreditem, de ter sido acusada de ter agredido uma funcionária, pois como a mesma queria ir para casa mais cedo, chegou a dizer que quando a encontrei no posto de enfermagem, a agredi com os prontuários dos pacientes, batendo em sua cabeça, a mesma não procurou a Segurança do Trabalho, apenas foi para casa às escondidas, minha coordenadora, me forçou a pedir desculpas, mesmo ironizando a situação, como se soubesse que aquilo era mais uma armação.
Devido a toda essa pressão procurei a ajuda a um advogado , que me esclareceu, ser muito difícil provar toda aquela situação,e se eu conseguisse, provavelmente seria demitida, até porque, a minha coordenadora, sempre que havia uma lista de demissão ela me indicava, e ela era amiga, se não íntima, mas antiga, dos donos do referido hospital.
O desfecho deu-se em julho de 2007, quando finalmente saí,fica o desabafo, e os questionamentos, até quando suportaremos isso, silenciosamente, porque precisamos trabalhar, e no meu caso, gostando de trabalhar, quando, e como vamos poder provar o assédio sem nos prejudicar?
Segue um breve histórico com os números que essa violência causa, e um exemplo que deve ser seguido pelas empresas. 
Números do Assédio Moral no Brasil:  
42% dostrabalhadores sofreram ou sofrem violência no trabalho.
36% das queixas são de homens
64% das mulheres relatam ter passado pelo tormento
12% dos casos, envolvendo funcionárias, o problema começou com abordagem sexual
60% das vítimas entraram em depressão em decorrência do assédio.
  • Situações que caracterizam a violência Psicológica no Trabalho:
- Ter o trabalho desqualificado na frente dos colegas
- Virar alvo de piadas por causa do modo de vestir ou falar
- Ouvir frases do tipo " lugar de doente é no hospital".Aqui é para trabalhar
- Ser impedido de se expressar e de dar opinião
-Passar a executar atividades inferiores à sua capacidade
- Receber ordens confusas e contraditórias
-Ter de trabalhar fora do horário de expediente
-Ficar sobrecarregado de atividades e ter prazo mínimo para entregá-las
- Não ser cumprimentado ou ser ignorado
- Ter o material básico para execução das tarefas retirado
-Ser ameaçado constantemente de demissão
  • Possíveis intervenções do Psicólogo:
- Ouvir com atenção e respeito as queixas do assediado
-Evitar julgamento
- Dar apoio emocional para que ele consiga se expressar
- Investigar suas relações no ambiente de trabalho
-Encontrar mecanismos que possam fortalecer a auto-estima do assediado
-Ensinar estratégias que ajudem a vítima a enfrentar o assediador
-Evitar que a vítima se isole do grupo e até mesmo da família
- Tentar mediar a situação, conversando com o superior hiérarquico, mas com consentimento prévio do assediado.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Diversidade Sexual - Por que isso me incomoda?


Em decorrência do fato de nascermos com genitais de um e de outro sexo, desencadeia-se um mecanismo de enquadramento social que concebe e regula a sexualidade, o embate permanente entre a vida psíquica e as interações com o meio externo, produz nossa IDENTIDADE.
Entendemos como identidade de gênero a maneira como alguém se sente e apresenta para si e para os demais como homem ou mulher ou em alguns casos, como uma mescla de ambos, sem que haja uma conexão direta e obrigatória com o sexo biológico.
Gênero e sexualidade são dois aspectos - intimamente interconectados - de um processo mais amplo que permite o controle social e a manutenção da ordem. Os papéis de gênero masculino e feminino preconizam que os meninos sejam assertivos, competitivos, que se projetem para o meio exterior, e ainda, agressivos para ocuparem seu espaço e dominadores que não se deixam dominar.Pra as meninas , a expectativa é oposta: que sejam dóceis, recatadas, que se preocupem e cuidem dos demais e, principalmente, que estejam sempre prontas para ouvir e obedecer. O resultado dessa visão estreita será classificar como desviante da "norma natural" tudo o que está fora da hierarquização imposta. A identidade de gênero resume-se a "como eu me sinto", não depende do sexo biológico e forma-se a partir de comportamentos socialmente constituídos para o masculino e o feminino.
Ao longo de nossas vidas aprendemos que as relações afetivas e sexuais são "normais" se ocorrerem entre pessoas de sexos opostos; coerções de todos os tipos: culturais, sociais, físicas, históricas, financeiras nos levam a "controlar" nossos desejos. Normalmente valorizamos comportamentos que sejam iguais aos da maioria e condenamos os comportamentos singulares, muitas vezes, simplesmente por preconceito.
O que devemos entender é que o indivíduo se constitui a partir da intersecção entre os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, o problema é que a forma de organização de nossa sociedade é heteronormativa, ou seja, considera como normal apenas as relações entre pessoas de sexos opostos , excluindo daí parcelas significativas de pessoas que amam de forma diferente. É comum, nesse caso, o surgimento de relações de poder, no qual se tenta dominar e subjulgar esse " outro", que foge das regras " naturais' , que foram eleitas como as " certas".
Quando refletimos sobre nossa sexualidade, devemos pensar em "sexualidades",uma vez que existem várias possibilidades para abordá-la e vivê-la. Quando se considera a diferença de forma tranquila, existe a tendência a acolher ou incluir os que são diferentes apesar da diferença. Isso quer dizer que, para aceitar o outro, a diferença deve ser apagada, esquecida. É comum por exemplo,ouvir que se gosta de um rapaz "apesar dele ser gay".
O estudo da sexualidade demonstra que ao redor dos nossos corpos estão os modos como percebemos, sentimos, definimos, entendemos e, acima de tudo, praticamos o sexo, isso significa que a sexualidade humana vai muito além dos fatores meramente fisiológicos, pois é transpassada por concepções, valores e regras que determinam, em cada sociedade, em cada grupo social e em cada momento da história aquilo que é tido com certo ou errado, apropriado ou impróprio, digno ou indecente.
A homossexualidade foi praticada pelos mais variados povos do passado, sendo geralmente tolerada ou mesmo admirada, mas nunca atacada ou condenada como ocorreria na era judeu-cristã.
As relações homossexuais aconteciam não só entre humanos, mas entre várias espécies de animais, o primeiro chegou a defender a existência de relações homossexuais também em plantas, numa tentativa de tornar o discurso amoral.
Práticas homossexuais eram comuns nas Culturas Primitivas, como por exemplo: tribo Mohave, tribo Ubagi, povo Chouktchi; na Ásia Menor: faraós e rapazes jovens; Grécia e Roma:pederastia militar,também entre filósofos e pensadores como por exemplo:Platão, Aristóteles, Sócrates, Aristófanes, e Alexandre o Grande; no Oriente: com o livro religioso Kama Sutra que descreve variadas maneiras de se obter prazer através do sexo, para conseguir com isso benefícios morais.
Personalidades reconhecidas no Renascimento passaram reverter o quadro de intolerância que marcou a Idade Média, aderindo aos seus impulsos homossexuais: Leonardo da Vinci com Jacopo Saltarelli em 1476, Michelangelo ( falecido em 1564) com Tomaso del Cavalieri, e o pintor Giovanantonio Bazzi (1477 -1549). Shakespeare defendia a homossexualidade em verso. O rei Sol na França também não evitou a companhia de rapazes.
No século XVIII ao XX, a literatura trouxe identidade a ambiguidade homossexual, a Assembléia Constituinte francesa de 1791, não condenou homossexuais penalmente, o que não fez o Direito Alemão que não apenas condenava a sodomia, como a equiparava a zooerastia( sexo com animais), com pena de seis meses a quatro anos de prisão, o que se intensificou com o regime nazista.
Nos anos 50 a discrição e o enrustimento deveriam ser mantidos, havendo cassação de políticos gays nos EUA. Tanta repressão eclodiu nos anos 60, na revolução sexual trazendo extrema libertinagem sexual.
Nos anos 70 começava a surgir o movimento homossexual organizado, com instrumentos de mídia e defensores públicos, começava a surgir a separação entre intimidade e sexo, surgiu o Jornal Lampião, o primeiro periódico gay não pornográfico brasileiro, a igualdade social passou a ser o objetivo não apenas do Movimento Homossexual Brasileiro, como de tantas outras organizações engajadas pela busca de aceitação e respeito.
A mídia percebeu que o dinheiro não tem cor, credo, sexo ou tendência política, e passou a investir no lema " Todos são iguais perante a caixa registradora", havendo hoje vários espaços exclusivos para o público gay. 
O contrário também aconteceu, manifestações preconceituosas, tais como "Olha a cabeleira do Zezé será que ele é?", "Maria Sapatão, de dia é Maria, de noite é João", jargões muito usados no programa do Chacrinha, taxou com preconceito a homossexualidade.
A década de 80 foi refratária ao "boom gay" da sua precedente devido ao surgimento da AIDS que se multiplicava devido a alta rotatividade de parceiros e à falta de costume do uso de preservativos, tendo início movimentos de apoio e prevenção ao HIV .
Previsto como crime contra os costumes, o art.235 do Código Penal Militar (CPM) brasileiro traz a prática do homossexualismo, ocorrendo em local sob a administração militar. O Superior Tribunal Militar recentemente manifestou a intenção de não mais ver arrolado o crime de prática homossexual do art.234 no CPM, embora nada ainda fez. Sendo adotada a prática do finja que não és, finjo que não sei.
Segundo a pesquisa do Data - Folha, de todas as minorias sociais, as mais odiadas são os homossexuais, desde 1980, foram registrados mais de 1.400 homicídios de homossexuais, a grande maioria masculino, no Rio Grande do Sul somavam-se 114 assassinatos em 1997.
Comandos caça viado(sic) e lésbicas germinam por todo o Brasil; sites na internet ensinando como matar gays; homossexuais são internados pela família, gays são auto-excluídos à doação de sangue, embora a pesquisa do Data - Folha registre tal grupo como o mais bem informado e protegido contra as DSTs.
Bater em homossexuais, é a terceira violência mais grave, algumas pesquisas revelam que muitos professores consideram a homossexualidade como inadmissível, crimes contra homossexuais se concentram no que foi classificado como "Crimes de Ódio" (Crimes de ódio envolvem práticas que vão desde a discriminação em estabelecimentos comerciais, na escola ou no trabalho, até agressões físicas de menor ou maior gravidade, em que são numerosos esses homicídios).
 O Grupo Gay da Bahia (GGB) é uma das Organizações Não Governamentais mais ativas na luta pelos reconhecimento dos Direitos Humanos dos homossexuais , denunciando casos de violência e discriminação contra homossexuais.
Freud não classificava os gênios renascentistas homossexuais, como figuras degeneradas, preferia determinar as causas do desvio como consequência de dificuldades emocionais no desenvolvimento infantil, sua maior contribuição foi a constatação em seus " Três Ensaios sobre a Sexualidade'', de que a perversão - no sentido não de desmoralização , mas de prática diferente à cópula ligada a reprodução - é universal, isto é , que práticas perversas servem de preliminares para os heterossexuais.
Das três orientações sexuais possíveis, a hetero , a homo e a bissexual, possivelmente a última é a mais incompreendida, Freud chamou atenção para o fato de que os seres humanos nascem abertos para se interessarem por ambos os sexos,potencialmente somos todos bissexuais, pois carregamos a possibilidade de nos sentirmos atraídos pelos dois sexos.
A identidade de gênero é sentir-se homem ou mulher e o modo de expressá-lo socialmente não se confunde com a orientação sexual ( a atração afetiva e erótica pelo outro sexo, pelo mesmo sexo ou por ambos).
Em 1985, o Conselho Federal de Medicina (do Brasil), antecipando-se oito anos à OMS
(Organização Mundial da Saúde), tornou sem efeito o código 302 da Classificação Internacional de Doenças, não mais considerando a homossexualidade como desvio ou transtorno sexual, que por fim, aconteceria com a CID - X (Código Internacional de Doenças),isto é, sua décima edição, abolindo também o radical "ismo" (homossexualismo) , referência de menosprezo e doença.
Falar claramente sobre a sexualidade e a diversidade sexual contribui para que os jovens conheçam melhor seus próprios desejos, condição fundamental para que entendam e respeitem o desejo dos outros, a homossexualidade é uma orientação espontânea do desejo sexual, a aparência ou o jeito de ser, não determina se uma pessoa seja gay ou lésbica, o troca-troca tão comum na infância, não é indício de homossexualidade, trata-se de curiosidade, de vivência da sexualidade, de descoberta do corpo e de formas de prazer, como também a atitude de um pai ou de uma mãe não torna o filho gay ou uma filha lésbica.
O educador também nunca deve falar sobre a orientação sexual de um aluno(a) sem o consentimento expresso dele/a, pois para alunos homossexuais, a escola é quase sempre um ambiente hostil, pois são apontados de maneira negativa por conta de sua orientação sexual, também sendo vítima de muita violência por parte de outros alunos.
  • Diferenças de nomenclatura:
Heterossexual: Indivíduo cuja identidade sexual é definida pelos órgãos com os quais nasce, e coincide com a identidade de gênero, de forma a orientar a escolha do parceiro de sexo oposto.

Homossexual:Tem sua identidade sexual também coincidente com seus órgãos genitais, embora escolha o parceiro que se oriente pelo mesmo sexo.

Bissexual: Traz sua identidade sexual de acordo com seu gênero, mas alterna parceiros do mesmo sexo ou de sexo diferente.

Travestis:Embora tenham uma identidade sexual biológica, divergem quanto à identidade de gênero que se inclina ao sexo oposto.

Transexual:Traz a identidade de sexo biológico alterada, não aceitando seus genitais.

Transformistas: Homens que se vestem sde mulher para fazer shows e não são necessariamente homossexuais.

Buchs: Mulheres lésbicas que se vestem e se comportam de maneira bastante masculinizada.

Cross - dressers: homens que gostam de se vestir com peças deroupas femininas, mas não são necessariamente homossexuais.

Drag Queen: Personagem construída com o uso exacerbado de elementos do sexo oposto, são mais bem aceitas pela mídia.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reconheceu como união estável um romance à distância vivido por um jovem brasileiro e um advogado americano milionário, já aposentado. Apesar de ser casado com uma mulher nos Estados Unidos, o americano manteve o relacionamento homossexual por quatro anos, entre vindas ao Brasil e viagens ao exterior. Com o fim do namoro, o brasileiro ganhou o direito de receber metade de um robusto patrimônio adquirido no Brasil, durante o romance, pelo americano.
O juiz da 2ª Vara Federal Previdenciária de Porto Alegre, concedeu liminar, determinando que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) conceda pensão por morte a companheira de uma falecida, que era beneficiária de aposentadoria por idade. Ao ingressar com o pedido, a autora alegou que sua companheira faleceu em 22-05-2003 e que, embora tivesse acostado inúmeros documentos comprobatórios de união estável de longa data com a mesma, o INSS não a havia considerado dependente da falecida, negando-lhe o benefício pleiteado sob a alegação de não comprovação de tal qualidade, sobretudo por se tratar de união entre pessoas do mesmo sexo. Em sua decisão, o magistrado entendeu que as provas apresentadas foram suficientementes forte para embasar a concessão de liminar.
Espero que esse breve esboço possa trazer reflexões sobre como encaramos o outro na nossa sociedade, e como lidamos com as diferenças tão presentes em nosso cotidiano, mas mascaradas pelo preconceito e negação.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Como reconhecer os sinais de violência sexual em crianças e adolescentes


A violência sexual ocorre quando alguém de mais idade faz uso do corpo de uma criança ou adolescente, buscando sentir prazer sexual.Essa violência pode se expressar de duas formas: a agressão e o abuso sexual.No primeiro caso, o agente da agressão faz uso da coação física ou psicológica para obtenção de sua finalidade, como ocorre no estupro;no segundo caso, o agente agressor vale-se da sedução, como ocorre com o pedófilo, que oferece uma bicicleta à criança para com ela praticar atos de natureza sexual. As vítimas da violência sexual podem ser meninos e meninas, sendo esta praticada por homens ou mulheres.
A exploração sexual tem como propósito a obtenção de lucro através da comercialização do corpo de crianças e adolescentes, ou da veiculação de materiais como fotos,vídeos,filmes, pornográficos ou não, seja por meios convencionais ou pelas ondas da internet.
Os agentes agressores, na maioria das vezes, são pessoas que apresentam um comportamento normal no dia-a-dia e geralmente fazem parte do grupo familiar ou são próximas da família.Podem ser amigos, conhecidos, vizinhos,parentes, mas também pessoas completamente desconhecidas.
Algumas crianças chegam a referenciar o agente da agressão como uma pessoa de tamanho grande e forte, dona de um poder absoluto, deixando-as sem condições de reação, assustadas e caladas, na tentativa de justificar a agressão sofrida. Essa referência expressa um sentimento de inferiorização e desproteção em relação ao agente da agressão ( algumas vezes extensiva a outros familiares).
Para as vítimas da violência sexual, não é fácil denunciar, já que estas sofrem ameaças constantemente.Quando o fazem, a narração se dá com extrema dificuldade.
Além da violência sofrida, elas têm ainda que enfrentar o constrangimento da exposição de suas vidas e da agressão sofrida para profissionais, pessoas que geralmente não estão treinadas e sensibilizadas suficientemente para tal abordagem.
Há também, uma dificuldade de enfrentar a família e se fazer acreditar, pois a criança e o adolescente são vistos como pessoas de muita imaginação ou até mesmo mentirosos.Nesse momento, eles precisam ser ouvidos e não investigados, apoiados e não recriminados, acreditados e não reprimidos.A compreensão do fato em si é um importante pré-requisito para que as crianças e adolescentes possam superá-lo, possibilitando um desenvolvimento sem sequelas.
O sofrimento envolve também todas asa pessoas que estão em sua volta.Denunciar é um momento delicado para todos- o ambiente familiar desestruturado, seus membros fragilizados com toda situação conflituosa.
Alguns sinais de comportamentos emocionais, quando apresentados, também devem sr investigados:
  • Inquietação, tristeza profunda, comportamento amuado, isolamento;

  • sexualidade precoce nas crianças menores e exacerbada para as maiores;

  • resistência para realizar exames médicos;

  • fugas constantes e resistência para voltar para casa;

  • rebeldia/agressividade;

  • mudanças repentinas de comportamento;

  • comportamento abaixo do esperado para a idade ( regressão);

  • choro frequente;

  • hábito de urinar na cama;

  • tentativa de suicídio;

  • problemas com o sono (pesadelos, insônia);

  • dificuldades de aprendizagem e de concentração;

  • sentimento profundo de insegurança, medo, culpa, etc...
As crianças com menos idade são o alvo preferido dos autores desse tipo de agressão, pois obedecem sem questionamentos, intimida-se com facilidade, mantendo segredo do ocorrido;poucas são as que têm coragem de relatar a situação, devido às ameaças que sofrem.A violência sexual pode ainda levar:
  • A uma confusão por parte da criança e do adolescente das relações que possam ser estabelecidas com os adultos, pois no caso da violência sexual essas relações passam a se basear na utilização de sua sexualidade e na violência;

  • A uma descaracterização dos papéis a serem desempenhados por alguns adultos- pai,avô, tio,irmão,professor, religioso, que de protetores e orientadores passam a ser percebidos pela criança/adolescente como causadores de sofrimento.
- Como intervir em uma situação de violência sexual:

1- Observar se a situação exige de imediato um atendimento médico, se é uma emergência, se quem sofreu violência corre algum risco de saúde, para que se procure atendimento médico o mais rápido possível.

2- Pode-se procurar uma entidade governamental/não governamental que defenda os direitos das crianças e adolescentes.

3- Procurar o Conselho Tutelar que irá receber a denúncia e encaminhará para a Delegacia da Criança e do Adolescente( DPCA),para registrar ocorrência.O delegado solicitará o exame pericial necessário para a investigação no instituto médico legal.

4- Se não tiver conselho tutelar, deve-se procurar o juiz ou promotor de justiça, na ausência desses, uma delegacia para a denúncia, que poderá ser anônima,para isso é necessário repassar corretamente os dados da criança ou adolescente, idade aproximada, nome dos pais ou responsáveis, endereça completo com ponto de referência e detalhes da situação de violência.
O mais importante é não ter medo ou vergonha, pois ao esconder uma situação destas se está colaborando para a impunidade e o descaso com a juventude.
O número de páginas denunciadas por divulgação de pedofilia e exploração sexual de crianças dobrou entre 2006 e 2007 no País, segundo a organização não-governamental (ONG) SaferNet, que cuida da Central Nacional de Denúncias por Crimes Cibernéticos. Esse estudo vai ajudar nos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, que começa a funcionar hoje.
De acordo com o presidente da SaferNet, foram feitas 267.470 denúncias a respeito de 38.760 páginas com esse tipo de conteúdo, ante 121.635 denúncias feitas em 2006, sobre 17.148 páginas. Ele acredita que o aumento de 126% nas denúncias está relacionado ao crescimento do número de usuários de internet, que sobe em média 20% ao ano no Brasil.
O crescimento das redes de relacionamento também pode justificar o aumento das denúncias. Segundo a SaferNet, das s páginas denunciadas estão relacionadas ao Orkut,Facebook, site de relacionamentos com perfis e comunidades virtuais. O fato de essa e outras páginas estarem hospedadas em servidores fora do Brasil costuma trazer o mito de que brasileiros não se interessam por esse tipo de conteúdo, mas o presidente da SaferNet adverte que esse é um crime muito praticado aqui.
Como a ONG trabalha em cooperação com o Ministério Público Federal (MPF), as denúncias relativas aos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná são encaminhadas para o MPF. Nos outros Estados, são entregues para o Departamento de Direitos Humanos da Polícia Federal. Só em São Paulo existem mais de 400 investigações em curso baseadas nas denúncias da SaferNet.
Para tentar barrar o avanço da pedofilia, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que encerrou os trabalhos em 2004, propôs um projeto para alterar a lei que pune a divulgação desse tipo de abuso na internet. Atualmente, é crime apenas produzir e passar as imagens adiante, na forma de divulgação, venda ou apresentação.


sexta-feira, 7 de março de 2008

Velhice - Anos de Plenitude

Existem muitas mudanças que ocorrem no envelhecimento.Pessoas idosas sofrem perdas que podem ter efeito sobre o seu bem- estar mental, emocional e físico.
  • A morte de um membro da família ou de um amigo pode ser uma perda emocional severa.

  • A aposentadoria causa a perda da atividade útil planejada e afeta o prestígio, a satisfação criativa, o relacionamento social, o respeito próprio e a renda.

  • Perdas ou danos físicos, especialmente os que afetam a visão e a audição podem levar à privação sensorial e à exclusão social.
O fato de envelhecer não significa um sinal, pelo contrário, pode ser o começo de uma vida sem as responsabilidades de educação de crianças ou exigências de um emprego.Atualmente a palavra "velho" é muito significativa, tomamos muitas decisões, ou os outros tomam por nós, baseados em pressupostos referentes à idade. Quando se negam oportunidades a jovens de 17 anos, e os indivíduos de 65 são constrangidos a aposentar-se, e ambas as atitudes se baseiam num estrito critério de idade, nos defrontamos com o "velhismo", ou seja, preconceito contra os idosos. E quem motiva esse preconceito é a sociedade que aplica a aposentadoria compulsória, como motivo para a colocação de jovens no mercado de trabalho, só que isso nem sempre acontece, existem muitos jovens desempregados no país. O modelo mais simples e usado para a classificação de idade, divide a população em jovens,adultos e velhos, seguindo o modelo do desenvolvimento psicossexual.Nossa sociedade continuará a insistir no uso da idade cronológica para muitos fins, pode-se conviver com essa prática se reconhecermos que o o estabelecimento para chamar alguém de velho é apenas uma questão de conveniência estatística. É um uso infeliz, mas difícil de evitar, até porque somos testemunha que o velho de antigamente era a pessoa com 60 anos que se aposentava e ficava em casa vendo TV, e por isso associamos velhice a enfermidade,esquecemos que pequenos sintomas ,detectados a tempo, podem ser esclarecidos antes de se tornarem problema grave. Mas hoje em dia, as pessoas estão se aposentando mais tarde ou, mesmo aposentadas continuam trabalhando, viajando, divertindo-se na agora chamada, melhor idade.Existem várias exceções a isso, as enfermidades e a aposentadoria compulsória estão entre as circunstâncias da vida que podem subitamente focalizar nossa atenção nas alterações físicas , que na verdade vinham ocorrendo há tempos, a consciência dessas transformações pode ser repentina e, às vezes desconcertante.Também é provável que o próprio ritmo de envelhecimento se acelere em algumas circunstâncias. A proporção que envelhece, a pessoa pode muito bem, aperfeiçoar-se em algumas áreas de seu funcionamento mental, em lugar de sofrer um retrocesso, a compreensão verbal representa uma das capacidades mentais que constitui um domínio cristalizado, mesmo assim , o conhecimento armazenado do indivíduo não é suficiente para levá-lo a dominar a situação que se defronte.Ele precisa imaginar coisas, solucionar o problema específico dentro de seus limites próprios. A maior parte das pessoas sofre um declínio de inteligência fluída , de lembra-se de fatos recentes, já a inteligência cristalizada o fará lembrar com mais rapidez de fatos que ocorreram há muito tempo atrás, na sua infância por exemplo.Daí a necessidade de estímulo, sempre aprender algo novo para exercitar a mente, fazer palavras cruzadas é um ótimo exercício. Outra coisa que acontece na terceira idade, fica-se mais lentos, vagarosos tanto na vida física quanto na mental, e isso pode trazer a depressão já que acontece a tomada de consciência de que não se tem mais , digamos, o vigor de antes, para vencer esta fase, muitos idosos procuram retirar forças do passado, das lembranças de quando era mais jovem, do casamento, da faculdade, de algumas festas das quais participou, de alguns amigos que ainda estão vivos, pois deprime muito a notícia de que seus amigos estão morrendo, a sensação é que o indivíduo em questão será o próximo.O estabelecimento de novos limites constitui um processo de adaptação em que a pessoa faz avaliações realistas do que pode e do que não pode continuar fazendo parte de sua vida ativa. Alguns idosos são responsáveis pelo próprio isolamento, acreditam que são um peso para a família, que contam histórias repetidas e por isso cansam a todos, já não é mais convidado a participar de encontros familiares, ou de participar de passeios, pois como são lentos e repetitivos, os membros mais jovens da família acabam por os excluírem.Mas ainda existem idosos que participam da vida social e acreditam que " as coisas que fazem continuam tão interessantes como sempre foram". Há muito a fazer para tornar a vida dos idosos satisfatória, a começar pelo acesso a teatros, cinemas, etc, pois o piso facilita quedas, o acesso muitas vezes é por escadarias que se tornam perigosas devido a mobilidade do idoso, entre outros fatores.Dentro de casa não é diferente, quantos não sofreram lesões graves em quedas no banheiro escorregadio, no piso encerado, na escadaria sem corrimão, nos batentes, etc. Sempre que possível, o idoso deve ter seu próprio quarto ou lugar na casa onde possa realizar suas atividades sem ser perturbada ou sem perturbar os outros, sempre no térreo e perto do banheiro.Um luz acesa durante à noite geralmente é útil para ajudá-las a se orientarem e evitar tropeços no escuro. Boa nutrição e exercício regular são uma parte importante para a manutenção da boa saúde, a alimentação deve incluir carne, peixe, aves, ovos, derivados do leite, pão, cereais, gorduras, vegetais e frutas, salvo se por recomendação médica haja a exclusão de alguns desses itens.O exercício melhora a circulação sanguínea, aumenta a capacidade respiratória, assim como mantém a força e a flexibilidade das articulações.Sempre com orientação médica. Mesmo quando se ama os familiares, pode-se experimentar sentimentos de raiva, ressentimento ou culpa.Pode-se ressentir da dependência deles, é difícil ver uma pessoa amada fraca e regredida mentalmente. Estes são sentimentos comuns, entendê-los ajudará a ser mais benevolentes com eles e consigo mesmo, por isso é necessário procurar ajuda, pois é normal esses sentimentos e com orientação específica, será mais fácil lidar com eles. Em ação conjunta da OAB Nacional e do Conselho Federal de Psicologia, com a participação do Movimento Social organizado e do Ministério Público,em alguns estados brasileiros foi realizada em setembro de 2007, inspeção conjunta em instituições de Longa Permanência para Idosos, o que se percebeu foi a ausência de psicólogos nessas instituições, o abandono de idosos,e a falta de cuidado personalizado.
Sabe-se que o envelhecimento é um processo biológico que pode ser controlado.
Há uma série de estudos afirmando que um estilo de vida saudável é uma das
chaves da longevidade.

Confira alguns deles:

1. COMA MENOS. Nos Estados Unidos, um estudo comparou cinquëntões que
viviam de dieta com outros que consumiam, em média, 2 000 calorias por
dia. A conclusão foi que o primeiro grupo teve uma expectativa de vida
cerca de 30% maior, além de aparentar ser mais jovem do que os congêneres
da mesma idade.
2. REDUZA O SAL. Essa medida é importante no tratamento e na prevenção da
hipertensão arterial, um dos fatores de risco para doença cardiovascular.
Evite mais de 6 gramas por dia, o equivalente a uma colher de chá.
3. CONSUMA VERDES . Vegetais verde-escuros, como espinafre, rúcula e
brócolis, são ricos em ácido fólico, uma substância que ajuda a manter a
integridade do DNA.
4. DE PREFERÊNCIA AOS PESCADOS. Peixes de água profunda, como salmão e
anchova, são ricos em ômega 3. Esse poderoso antioxidante, segundo o
jornal da Associação Médica Americana,pode reduzir em até 81% o risco de
morte súbita no homem.
5. BEBA COM MODERAÇÃO. Estudos mostram que o consumo diário de até duas
taças de vinho deve fazer parte da receita para uma vida longa. Até a
cerveja, quando consumida moderadamente, pode trazer benefícios à saúde,
apontam pesquisas recentes. Tomar água pura é excelente principalmente se for
tomada logo pela manhã ao leventar-se.
6. MODERAÇÃO COM A CARNE VERMELHA . Pesquisa sobre hábitos alimentares em
dez países europeus concluiu que oconsumo diário de carne vermelha aumenta
o risco de câncer de intestino em até 35% . Mas não a evite. Proteínas são
essenciais para quem faz atividade física regularmente, substitua-a por peixe,
não só porque dão resistência mas também porque ajudam a tornear os músculos
7. SEJA SOLIDÁRIO . Segundo estudo publicado na revista Psychology Science,
dar apoio físico ou emocional a outras pessoas reduz em até 60% o risco de
morte prematura no idoso.
8. TENHA FÉ. Segundo o International Journal of Psychiatry and Medicine,
ter uma crença forte em algo ajuda a combater o stress e problemas
emocionais.
9. PREFIRA AS COMÉDIAS. O riso espontâneo promove a dilatação dos vasos e
melhora o fluxo sanguíneo. Também reduz os níveis de adrenalina e cortisol
no sangue e aumenta a liberação de endorfinas, hormônios ligados às
sensações de bem-estar e prazer. Quer mais? Ainda emagrece. Estudos da
Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, concluíram que dar boas
risadas por um período de dez a quinze minutos faz uma pessoa queimar, em
média, 50 calorias.
10. MOVA-SE. De acordo com a Associação Americana do Coração, o
sedentarismo, por si só, aumenta o risco de doença coronariana em, pelo
menos, uma vez e meia. Exercícios diários moderados ajudam a aumentar
o tempo de vida qualitativa em até seis anos.
11. MORE PERTO DE UM PARQUE. Um estudo realizado por pesquisadores
japoneses concluiu que a expectativa de vida dos idosos que moram próximo
a áreas verdes é maior do que a daqueles que vivem cercados de
arranha-céus.
12. CURTA O CHOCOLATE . Em pequenas quantidades, ele pode ser benéfico à
saúde. A quantidade de flavonóides encontrada em 50 gramas de chocolate é equivalente à de seis maçãs, duas taças de vinho ou sete cebolas. Os flavonóides têm sido
apontados como importantes armas no combate aos radicais livres.
13. MANTENHA A MENTE ATIVA. Pesquisas mostram que a doença de Alzheimer
tem maior incidência entre as pessoas com baixo nível de instrução. Estudo
publicado no New England Journal of Medicine relaciona a leitura, os jogos
de cartas e de tabuleiro e as palavras cruzadas com a redução do risco de
demência em pessoas com mais de 75 anos.
14. TOME VITAMINAS. Cápsulas de vitamina C são as mais indicadas. Seu
consumo ajuda a prevenir a degeneração macular, que afeta 3 milhões de
brasileiros e é a maior causa de cegueira em pessoas com mais de 50 anos.
Consulte seu médico sobre a dosagem.
15. NÃO PULE O CAFÉ da MANHÃ. Pesquisa do Instituto de Gerontologia da
Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, averiguou que os centenários
não costumam dispensar a primeira refeição do dia. Inclua na dieta matinal ,cereais,
água ou chá e frutas frescas.
16. USE O FIO DENTAL. De acordo com pesquisadores da Universidade Harvard,
nos Estados Unidos, a inflamação bacteriana da gengiva, causada pelo
acúmulo de resíduos alimentares entre os dentes, aumenta em 72% o risco
de doença cardiovascular
17.FAÇA EXERCÍCIOS mas evite a prática de exercícios entre as 11 da manhã e a
1 da tarde. Neste Horário é quando a produção de adrenalina atinge seu pico. O sangue fica mais grosso do que o normal, a pressão arterial sobe e o batimento cardíaco se
eleva. Durante essas duas horas, é maior a probabilidade de uma placa de
gordura se romperem um vaso, o que pode provocar derrame cerebral ou
infarto no coração.
18.FAÇA SEXO .A atividade sexual traz sensações de prazer e bem-estar,
combate o stress, aumenta a auto-estima e ainda queima calorias. Estudos
mostram que as pessoas sexualmente ativas são mais saudáveis. Segundo a
OMS, o sexo é um dos quatro pilares da qualidade de vida, ao lado do
prazer no trabalho, da harmonia familiar e do lazer.
19. SEJA OTIMISTA. Após dez anos estudando como a personalidade de uma
pessoa pode influir no aumento ou na diminuição da expectativa de vida,
pesquisadores holandeses concluíram que ter uma atitude positiva pode
diminuir em até 55% o risco de morte prematura.
20. LARGUE O CIGARRO. Fumantes regulares vivem, em média, dez anos menos e pior do
que um não-fumante, além de prejudicar a atividade sexual. Cerca de 90% dos
casos de câncer nos pulmões, a neoplasia que mais mata no Brasil, estão relacionados
ao tabagismo.
21. TENHA UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO . O conselho foi seguido por operadores da
bolsa de valores de Nova York,avaliados em um estudo. Foi tão eficaz no
combate ao stress que metade deles suspendeu o uso de medicamentos contra
a hipertensão. Quem tem um bichinho em casa vai ao médico com menor
frequência, afirmam pesquisadores da Universidade de Cambridge, na
Inglaterra.
22. COMA FRUTAS : De acordo com a Organização Mundial de Saúde, esse é
o número mínimo de porções de frutas e vegetais que uma pessoa deve comer
por dia. A OMS defende que uma alimentação balanceada e rica em vitaminas,
fibras e minerais pode reduzir em até 40% o risco de câncer.
23. DURMA BEM. Estudos sugerem que a falta de sono crônica pode ter um
impacto negativo nas funções metabólicas e endócrinas. Quando se dorme
menos de cinco horas, há um desequilíbrio no metabolismo .
24. SINTA-SE EM CAPRI. Está provado que uma dieta mediterrânea, rica em
vegetais, peixes e azeite de oliva, pode afastar doenças como hipertensão,
diabetes e obesidade, capazes de encurtar a vida em até dez anos.
A pesquisa foi feita com 1 507 homens e 832 mulheres, entre 70 e 90 anos, em
onze países europeus.
25. ABUSE DO MOLHO DE TOMATE.Dez colheres de molho de tomate
ingeridas semanalmente podem reduzir pela metade o risco de ocorrência de
onze tipos de câncer. O tomate é rico em licopeno, um antioxidante
encontrado nos vegetais vermelhos.

26.INVISTA EM CULTURA. Depois de acompanhar 12 000 pessoas por nove anos,
pesquisadores suecos observaram que, em média, as chances de uma pessoa
alcançar a longevidade foram 36% maiores naquelas que cultivavam o hábito
de realizar programas culturais, como visitar galerias de arte, assistir a peças de
teatro e frequentar concertos musicais.
27. IMITE OS BRITÂNICOS. Ser pontual é bom mas beber chá é melhor.
O hábito cultivado pelos ingleses pode ajudar no combate à doença de Alzheimer. Estudos indicam também que o consumo de chá reduz os riscos de câncer. O chá verde é o que
promete maiores benefícios.
28. VÁ AO OFTALMOLOGISTA. Depois dos 50 anos, a chamada vista cansada se
torna ainda mais comum. Com a idade, também aumentam os riscos de glaucoma
e catarata. Além disso, alterações de fundo de olho podem indicar a presença de
diabetes e hipertensão.
29. TENHA UM RELACIONAMENTO ESTÁVEL.As pessoas que se mantêm em longas e bem-sucedidas uniões têm uma expectativa de vida maior em comparação àquelas que se casam novamente ou terminam a vida divorciadas. (mas, por favor, ficar com a
pessoa errada causa mais problemas de saúde ainda... façam boas
escolhas...)
30. EXPRESSE SUAS EMOÇÕES. Journal of Clinical Psychology, da Inglaterra,
aqueles que manifestam suas emoções por meio de alguma atividade
artística, como canto, dança, fotografia, pintura, literatura são mais saudáveis do que as
pessoas que não o fazem.

A depressão é uma doença que precisa ser avaliada por um médico. De forma geral a depressão pode apresentar os seguintes sintomas:
* Tristeza profunda; * desânimo; * diminuição importante de interesses e atividades anteriores; * alterações no apetite; * alterações no sono; * dores e mal-estar físico; * irritabilidade; * dificuldade de concentração e de memória.
A depressão pode causar um forte impacto na relação familiar e afetar a qualidade de vida.

Fatores que facilitam a depressão:

* doenças físicas e cerebrais; * doenças crônicas que levam à incapacidade física; * medicação inadequada; * perdas financeiras; * diminuição do contato com familiares; * perdas de pessoas queridas.
As depressões moderadas ou graves podem ou não necessitar de medicação. Cabe ao médico avaliar o tipo de tratamento.
Cada pessoa tem uma indicação específica.

Para tratar a depressão no idoso pode-se usar formas de tratamento:
Psicoterapia individual ou em grupo : Ajuda ao idoso a lidar com os conflitos
Atividade física : Ajuda a manter o bem-estar físico e mental, melhora o apetite e o sono.
Terapia ocupacional : Colabora com a socialização e motiva o desenvolvimento de novos potenciais
Para o tratamento eficaz é importante a participação da família no tratamento.
O Estatuto do Idoso completou em primeiro de outubro - Dia Nacional do Idoso - , cinco anos, desde sua sanção pelo presidente Lula. A Lei 10.741/43 entrou em vigor em primeiro de janeiro de dois mil e quatro e garantiu diversos direitos às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, mas ainda é pouco divulgada.
Não são poucas as instituições a infringem suas determinações.
Uma das normas mais polêmicas fixadas pelo Estatuto do Idos foi a que garantiu gratuidade e desconto de passagens no sistema de transporte coletivo interestadual.Representando 117 permissionárias do serviço, a Associação Brasileira de Transporte Terrestre de Passagens ( Abrati) recorreu à Justiça, em 2004, sustentando que não havia previsão de fonte de custeio para o benefício aos idosos, o que iria gerar desequilíbrio econômico para as empresas do setor.Após algumas derrotas e vitórias da Agência Nacional de Transportes Terrestres(ANTT) no judiciário para garantir o cumprimento do estatuto, o Supremo Tribunal Federal(STF), no início de 2007, manteve a obrigação para as empresas.
Listamos alguns benefícios garantidos pela Lei:

Transporte: 
A
  • Os maiores de 65 anos têm direito à gratuidade no transporte coletivo público urbano mediante a apresentação de documento de identificação, sendo 10% dos assentos reservados aos idosos. Para os que têm entre 60 e 65 anos, fica a critério da legislação local decidir sobre a gratuidade nesse tipo de transporte.
Saúde:
  • Idosos têm atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde ( SUS).
  • O estatuto dá direito a acompanhante para o idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde.
  • É garantida a distribuição de remédios,principalmente os de uso contínuo, e de próteses e outros recursos relativos a tratamento, habilitação ou reabilitação.
  • Os planos de saúde não podem reajustar mensalidades de clientes com mais de 60anos. Mas há controvérsia sobre a aplicabilidade da lei para planos contratados antes de primeiro de janeiro de dois mil e quatro. A Agência Nacional de Saúde Suplementar(ANS), que antes do Estatuto do Idoso fixava sete faixas etárias para reajuste- duas delas para os idosos-, determinou, a partir da entrada em vigor da lei, a adoção de dez faixas.
Justiça:
  • Nas ações judiciais, os idosos podem ser representados pelo Ministério Público, União, estados, Distrito Federal, municípios e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
  • É assegurada prioridade na tramitação de processos judiciais acionados por idosos.
Violência:
  • Fica proibida toda forma de discriminação ou humilhação contra os idosos, sob pena de condenação a reclusão de seis meses a um ano e multa.
  • O abandono de idoso em hospitais e casas de saúde pode ser punido com detenção de seis a três anos e multa.
  • A pena para quem submeter idosas a condições desumanas, privados da alimentação e de cuidados indispensáveis é de dois meses a um ano de detenção e multa.
  • Se ocorrer a morte do idoso, a punição será de quatro a doze anos de reclusão.
  • A apropriação de bens, pensão ou qualquer rendimento de idoso pode levar a condenação, com pena que varia de um a quatro anos de reclusão e multa.
Assistência Social:
  • Fica assegurado benefício mensal de um salário mínimo aos idosos a partir de 65 anos que não possuam meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua família.
Trabalho:
  • Na admissão em qualquer trabalho ou emprego é proibida a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo assim exigir.O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, sendo privilegiado o candidato de idade mais elevada.
  • O governo deve criar programas de profissionalização para idosos e de estímulo às empresas privadas para contratação de maiores de 60 anos.
Benefícios: 
O Dia Mundial do Trabalho, é a data-base dos aposentados e pensionistas.
Habitação: 
Nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos, é obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos.
Lazer: Idosos tem direito a 50% de desconto em atividades culturais, esportivas e de lazer, além da garantia de acesso preferêncial. 

domingo, 2 de março de 2008

Conversando sobre a Esquizofrenia


A esquizofrenia pode consistir em uma só doença ou pode incluir muitas doenças com causas diferentes.
Quando aparecem repentinamente sintomas psicóticos muito graves, diz-se que o indivíduo tem esquizofrenia aguda, já o termo " psicótico" define a perda do sentido de realidade ou incapacidade de distinguir entre as experiências reais e imaginárias, algumas apresentam esse episódio uma única vez, outras tem vários episódios no decorrer da vida.
A pessoa com esquizofrenia crônica ( contínua ou recorrente) frequentemente não recupera integralmente suas funções normais e necessita, de tratamento a longo prazo.Aproximadamente 1% da população desenvolve esquizofrenia ao longo da vida, afeta homens e mulheres com igual frequência.
Em geral os primeiros sintomas ocorrem na adolescência, ou durante a década dos 20 anos.Sintomas menos evidentes, como retraimento social, podem acompanhar os sintomas psicóticos.
Os esquizofrênicos tem sua própria percepção da realidade, e em geral é bem diferente do que normalmente é percebida por indivíduos não esquizofrênicos, é um mundo instável onde falta pontos de referência estáveis, que eles possam confiar.
Também está cheio de alucinações, eles percebem estímulos e objetos que na realidade não existem.Apresentam crenças falsas, não sujeitas à razão, que são chamados de delírios, seus pensamentos também sofrem alteração devido a doença, a pessoa tem dificuldade de pensar estruturadamente, os pensamentos podem ir e vir de forma rápida que não é possível "retê-los".
Não sabe discernir o que realmente é importante no momento, geralmente vivem em um mundo à parte.
As pessoas com esquizofrenia às vezes manifestam o que chamamos de afeto inadequado, isso significa demonstrar uma emoção que não tem relação com o que a pessoa pensa ou diz.
Embora o termo " esquizofrenia" não tenha sido usado até princípios do século XX, esta doença é conhecida há muito tempo e tem sido encontrada em todos os tipos de sociedade.
Na sociedade ocidental, a "loucura" ou " insanidade" não foi em geral considerada como um problema de saúde até princípio do século XIX.Nessa época iniciou-se um movimento para se dar tratamento humanitário aos doentes mentais.
Crianças acima de 5 anos podem desenvolver esquizofrenia, porém essa doença é muito rara antes da adolescência.A maioria dos portadores de doença mental, ao contrário do que se pensa não é violenta, mas também é a que mais comete suicídio.
As causas da doença ainda são pesquisadas, mas parece que existem fatores genéticos que produzem uma predisposição à esquizofrenia, aliados a fatores ambientais que contribuem para o desenvolvimento de diferentes graus da doença em diferentes indivíduos.
Os parentes consanguíneos de pacientes esquizofrênicos têm maior probabilidade de desenvolver esquizofrenia do que consanguíneos de pessoas sem a doença, os pais também, ao contrário do que se pensava, não causam a esquizofrenia, talvez haja a possibilidade dos neurotransmissores(substâncias que possibilitam a comunicação entre as células nervosas) intervêm no desenvolvimento da doença.
As drogas antipsicóticas, também chamadas de neurolépticos, são usadas desde os meados dos anos 50, são muito eficazes para tratar alguns sintomas, como alucinações e delírios, elas ajudam o paciente a distinguir os sintomas psicóticos do mundo real, eles reduzem o risco de episódios psicóticos futuros nos pacientes recuperados, apenas 40% da população tratada sofreu recaída.
Como todo medicamento há efeitos colaterais, tais como: sonolência,inquietação, espasmos musculares,tremores, boca seca ou visão turva, que podem ser minimizados com a diminuição das doses ou com o uso concomitante de outros medicamentos.
O tratamento psicossocial é especialmente útil, programas de reabilitação à vida social, ajudam os pacientes com dificuldade nessa área, conversas periódicas com profissionais especializados, psicoterapia, ajudam a compartilhar o sofrimento, e a falar de seu mundo com alguém que o respeita mas está fora de seu "mundo".
A terapia de grupo incluem sessões com 6 à 12 pacientes, o objetivo é que o portador de doença mental aprenda com a experiência do outro, compartilhe suas dores, suas dúvidas, encontre pessoas que estão vivenciando a mesma realidade.
A terapia familiar é muito útil, proporciona a família compreensão e o apoio necessários em época de crise. Eis o que se sugere à família:
  • Dê tempo ao tempo: A recuperação é lenta, descansar é importante, as coisas melhoram com o tempo.

  • Mantenha a calma: Entusiasmo é normal, mantenha-o baixo.Diferença de opinião são normais, não se deve exceder.

  • Dê espaço: Tudo bem em dar uma saída,e em dizer "não".

  • Coloque limites: Todos precisam de regras, algumas regras mantém as coisas claras.

  • Ignore o que não se pode mudar: Deixe passar algumas coisas, só não ignore violência.

  • Simplifique:Diga o que se tem que dizer de forma clara, calma e firme.

  • Siga as instruções do médico:A medicação deve ser tomada, somente o que for receitado.

  • Continue suas atividades:Restabeleça a rotina familiar, mantenha contato com familiares e amigos.

  • Nada de tóxicos ou álcool: Eles pioram os sintomas.

  • Atenção aos sinais de recaída:Fique atento aos padrões de comportamento do paciente.Percebendo mudanças procure o médico.

  • Resolva os problemas passo a passo: Faça mudanças de forma gradual.Faça uma coisa por vez.

  • Diminua as expectativas temporariamente:Compare o progresso deste mês com o do mês passado, e não com o do ano passado, ou do ano que vem.

Transtorno Bipolar


É uma doença caracterizada pela alternância de humor. A pessoa sofre com picos de euforia ( episódios de mania) e de depressão, entremeados por períodos de normalidade.
As alterações dos estados de euforia para depressão, ou vice-versa, podem acontecer repentinamente. Sendo assim,muitos portadores não percebem essas mudanças ou consideram que as alterações do humor foram causadas por um fator momentâneo.Isso ocorre devido à perda do senso crítico e da capacidade de avaliação objetiva das situações, que ficam prejudicadas ou ausentes.
- Sintomas:
  • Humor Eufórico

  • Distração

  • Exaltação

  • Gastos Excessivos

  • Irritabilidade, impaciência, pavio curto

  • Pensamento acelerado

  • Aumento de energia e disposição

  • Otimismo exagerado, aumento da auto estima

  • Falta de senso crítico

  • Insônia
Em casos mais graves podem ocorrer:
  • Abuso de álcool ou drogas

  • Delírios e alucinações

  • Desinibição exagerada

  • Comportamentos inadequados

  • Ideias de suicídio
Sintomas que podem surgir num episódio de depressão:
  • Sentimento de medo , insegurança, desespero e vazio.

  • Isolamento social e familiar

  • Apatia , desmotivação

  • Desânimo, cansaço mental

  • Dificuldade de concentração, esquecimento

  • Aumento do sono

  • Alteração do apetite

  • Pessimismo, ideias de culpa

  • Baixa auto estima

  • Redução da libido
Em casos graves ocorrem:
  • Dores e problemas físicos,como cefaleia, sintomas gastrointestinais, dores no corpo e pressão no peito

  • Ideias suicidas
No Transtorno Bipolar, essas alterações são persistentes e os sintomas mais comuns são humor eufórico, irritabilidade, impaciência e exaltação, nos episódios de mania, e isolamento social, vazio, insegurança e desespero, nos episódios de depressão.
Como isso ocorre, é importante que familiares e amigos saibam reconhecer esses sintomas para direcionar o portador do distúrbio a um tratamento apropriado.Para melhor identificação, vale ressaltar que existem evidências de que fatores genéticos podem influir no aparecimento da doença.
Atualmente, a combinação de medicamentos com a psicoterapia é o método mais adequado para tratar o Transtorno Bipolar.Quanto mais cedo a pessoa for diagnosticada e fizer uma terapêutica adequada, melhor será sua recuperação, manutenção e qualidade de vida.
O conhecimento da doença e do processo de recuperação pelo paciente também é importante, pois assim ele aumenta as perspectivas para uma vida produtiva, com estabilidade, qualidade e felicidade.