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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Felicidade de mentira causa ansiedade de verdade

Gente como vemos hoje a um "bum" de exposição nas redes sociais. Toda experiência  parece só ter sentido depois que aparece em alguma rede social, e é comentada ou curtida.
A internet serve como ferramenta para muitos para aparentar ter uma vida que não possuem na realidade.
O celular tem que ter câmera claro, para que eu quero um telefone que não tire fotos (oi???).
Sem esquecer de alguns lugares perigosos, onde as pessoas se arriscam e tiram aquele selfie.
É foto de biquinho, de pratos de comida, lugares, sorrisos as vezes falsos e provocados para demonstrar uma pseudo felicidade.
Como se quiséssemos viver como as celebridades da TV, queremos também está na mídia.
Tudo é motivo de milhares de fotos, algo nunca visto antes, há uma preocupação em mostrar para o outro o quanto estamos felizes e satisfeitos, momentos que antes ficavam apenas na memória ou para os nossos íntimos, vão parar em vários sites na internet. Fotos muitas vezes em lugares e poses ridículas, circulam com vários Likes.
Há uma necessidade de expor seus sentimentos na rede, mandar indiretas para uma "amiga", referir sobre suas posições políticas, raciais ou outros. Há quem diga que isso é democrático, será?
E o que dizer da necessidade de ir constantemente as redes para bisbilhotar a vida do outro, saber absolutamente tudo dele, ou seja, tudo que ele posta.
Existe a quebra e o desconhecimento do que é privado e do que é público, trazendo para a esfera pública o que é de domínio privado, o que muitas vezes chega ao ridículo.
Se vamos a qualquer lugar  temos que fotografar, e se não vamos, fotografamos a nossa casa mesmo, o importante é demonstrar felicidade, criando muitas vezes uma ansiedade enorme de ter que sair mesmo cansados, ou fotografar pessoas que nem gostam de se expor, mas vão pagar esse preço por estarem em nossa companhia.
Se estamos só vamos de selfie mesmo, o legal é mostrar a nossa "alegria" diante de tudo, vamos imitar os artistas, vamos fazer raiva a coleguinha, vamos nos mascarar sempre e viver nossas ilusões como se fossem verdade.
E nos habituamos a não fazer o que gostamos para fazer algo que o povo goste, e possa ser registrado em várias redes.
Isso é viver ou é criar uma ansiedade?
Ansiedade sim. Pois quando começo a ter a obrigação de está feliz quando não estou, postar tudo como se tudo que vivo fosse o ápice de minha vida, sentir obrigação de tudo que faço ser registrado. Isso cria uma ansiedade profunda, e uma falta de limite entre o privado e o público, como já citei.
Se fazemos parte de uma rede social não nos contentamos em ver as publicações, e não só colocarmos o que pode ser de domínio público, sem que aquilo possa interferir em nossas vidas, estamos bem enrascados.
E  se não o fizermos, o que nossos amigos vão pensar de nós?
Que não nos divertimos como ele, que não vivemos uma vida gostosa, e isso causa uma grande ansiedade de fazer exatamente o que o outro quer que eu faça.
Mesmo correndo o risco de desenvolver esse quadro de doença mental e adoecer.Mas eu tenho que fazer, senão o outro vai pensar que eu não vivo.
E ainda mais tenho que postar, reblogar, compartilhar, comentar e curtir.
Será que isso me torna vivo?
Ou apenas um ser que segue os padrões infantis de uma sociedade que se torna vazia cultivando esses tipos de valores.
Não é de hoje que a polícia nos orienta a não referir sobre itinerários nas redes, nem postar fotos de nossos filhos e muito menos falar sobre a rotina dos mesmos, mas nós não conseguimos, tudo absolutamente tudo, tem que ser dito, fotografado, registrado para o  público.
Quantas vezes observei amigos conversando e sem mais nem menos começam a procurar o celular para registrar algo tão corriqueiro, mas que agora tem que fazer parte da rotina ou seja mostrar a felicidade não está só, isso acaba se tornando uma paranoia.
Em um mundo que a solidão se transformou em uma constante em nossas vidas, a farsa se tornou obrigatória.
Eu tenho que fotografar, se não há nada legal eu mostro um cenário em casa, me maquio, fotografo tudo posto na rede, e depois desfaço tudo e vivo.Pessoa que dizem gostar de fotografar e postar tudo mostra como sua auto estima  está baixa fazendo com esse tipo de comportamento a aumente, pois a pessoa se mostra atrativa nas fotos.
DEPOIS EU VIVO.
Isso! Depois eu vivo, mas primeiro tem que está na rede, a roupa, o amigo, a bebida, o filho, o cachorro, a avó (coitadinhos, quanta exposição).
Criança criando perfis em redes sociais com apoio do responsável, é um perigo tanta exposição, com quem essa criança vai ter relacionamentos, e não me digam que os pais vão ter tempo de fiscalizar, que na maioria das vezes não tem.
Estão em seus empregos ou em seus perfis, esquecem a vida para imaginarem como aquele colega é feliz e aí, correm para se mascarar e serem "felizes" também, desde que tudo seja registrado e postado.
Pensemos nisso com cuidado estamos criando falsas realidades, acreditando nelas, ou sofrendo pelo motivo que aquilo que se criou não existe . Para que isso não se transforme em dor.
As pessoas saudáveis sabem quando é hora de desconectar, não são reféns das redes sociais, elas tem o conceito de "intimidade" definido.
Pensemos que a vida é muito mais vivida e aproveitada se sairmos para vivê-la, se guardarmos os momentos só para nós sem necessidade de expor tudo para terceiros.
Felicidade de mentira causa ansiedade de verdade!

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